A Secretaria do
Conselho da Procuradoria Geral do Estado comunica que a
2ª sessão ordinária de 2008 e as próximas sessões do
Conselho serão realizadas às sextas-feiras, no horário e
local de praxe.
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 9/01/2007
Família de adolescente e Estado não revelam valor de
indenização
A família do
adolescente Carlos Rodrigues Júnior, 15 anos, morto
durante ação policial no último dia 15 de dezembro em
Bauru, passou ontem mais de três horas reunida com
representante da Procuradoria Geral do Estado de São
Paulo, a procuradora assistente Paola de Almeida Prado.
A reunião é o primeiro ato do grupo de trabalho
constituído no último dia 3 de janeiro para definir
critérios e o valor da indenização que será paga à
família, de acordo com o decreto do governador José
Serra, publicado no final do ano passado.
A reunião
começou por volta das 16h e terminou pouco depois das
19h. A procuradora ouviu a mãe do rapaz, Elenice, e a
irmã Débora, que estavam na residência quando o jovem
foi abordado por seis policiais militares. Também
acompanharam os depoimentos o advogado da família André
Veloso e Deise, outra irmã do adolescente. De acordo com
o advogado e a procuradora, ontem não foram discutidos
valores para a indenização.
Para Prado, o
encontro foi positivo. “Foi um encontro muito bom, as
declarações foram muito produtivas. Foi proveitoso, mas
é apenas o início dos trabalhos”, avaliou a procuradora.
As declarações colhidas por Prado serão ouvidas pelo
grupo de trabalho composto pelo procurador geral do
Estado, que será o coordenador, quatro procuradores, um
representante da Secretaria da Justiça e da Defesa da
Cidadania e outro da Secretaria da Segurança Pública.
No decreto, o
governador José Serra considerou a morte do adolescente
deplorável e avaliou que é dever do governo responder
civilmente pelos danos causados por seus agentes - os
policiais militares. Também informa que o Estado
exigirá, por meio de processo judicial contra os autores
do crime, o ressarcimento do valor a ser pago à família.
O procurador Marcelo de Aquino, que também faz parte do
grupo, explica que a visita também foi para explicar aos
familiares do adolescente o objetivo do governo e também
conhecer a real situação econômica da família.
“O objetivo é
atender rapidamente o decreto do governador José Serra”,
destaca. Ele informa que o próximo passo é reunir as
informações colhidas ontem, com o inquérito da Polícia
Militar sobre o caso. Também será ajuntado o inquérito
da Polícia Civil, que deverá ser concluído em breve pelo
delegado Marcelo Haddad. “O grupo irá se reunir para
estudar o material e os precedentes a respeito”, conta
Aquino.
Família
A família do
adolescente garante que ainda não pensou no valor da
indenização. De acordo com Veloso, o assunto ainda não
teria sido discutido. Para Elenice, a reunião foi boa.
“Foi tudo tranqüilo. Ela só quis saber como foi tudo. Eu
creio que o governo está interessado em resolver tudo”,
disse. A mãe do adolescente ainda está com a saúde
debilitada. Após 24 dias da morte de seu filho, ela
continua sem dormir e se alimentar direito. “Só estou
emagrecendo. Dizer que melhorei, só se for bem pouco.
Uma mãe nunca se acostuma com a perda do filho”,
destaca.
Nem ela, nem
Débora conseguiram voltar a trabalhar depois da morte do
rapaz. “Até tentamos, mas não deu. A gente não consegue
trabalhar direito em casa”, conta Elenice.
Fonte: Jornal da Cidade, Bauru, de
9/01/2008
Defensoria Pública: ainda não dá pra celebrar
HOJE, DIA 9 de
janeiro, a Defensoria Pública paulista marca dois anos
de existência. O preceito constitucional que determinava
a sua criação em todos os Estados, elegendo-a como um
dos pilares da Justiça brasileira, ao lado da
magistratura e do Ministério Público, foi cumprido com
17 anos de atraso em São Paulo, após intensa mobilização
da sociedade civil que congregou cerca de 400 entidades.
Nessa curta
trajetória, a instituição tem comprovado, na prática, a
importância de sua criação, realizando cotidianamente a
missão de garantir aos menos favorecidos o acesso à
Justiça por meio da assistência jurídica gratuita e
integral, que abrange não apenas o atendimento aos
milhares de pessoas que procuram a defensoria
diariamente, buscando a proteção e a satisfação de seus
direitos individuais, mas também a defesa de seus
interesses coletivos e a educação em direitos, voltada à
conscientização e ao exercício da cidadania.
O espírito que
moveu o legislador na edição da lei complementar nº 988,
de 9 de janeiro de 2006 (Lei Orgânica da Defensoria
Pública Paulista), foi o de atender amplamente o
mandamento constitucional, delegando à Defensoria
Pública vastas e importantes atribuições institucionais,
que vão desde a orientação jurídica permanente aos
necessitados, tanto judicial quanto extrajudicialmente,
até a efetiva atuação na construção de políticas
públicas destinadas a erradicar a pobreza e a
marginalização e a reduzir as desigualdades sociais.
Contudo, a ainda
precária estrutura da instituição -que conta com apenas
400 defensores em todo o Estado de São Paulo- não
acompanha a grandeza de suas atribuições.No que tange ao
acesso à Justiça, São Paulo tem muito a fazer para
alcançar os demais Estados da Federação. Segundo dados
do segundo Diagnóstico da Defensoria Pública no Brasil,
elaborado pelo Ministério da Justiça e publicado em
2006, o Estado de São Paulo possui, atualmente, 1
defensor público para cada 58.130 potenciais usuários.
No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a proporção
era, em 2005, de 1 defensor público para cada 13.886
possíveis assistidos.
Outro aspecto
que chama a atenção diz respeito à participação
orçamentária, especialmente quando comparada com outras
instituições que integram o sistema de Justiça. No
Orçamento de 2008, o Estado de São Paulo irá repassar à
Defensoria Pública menos de 1% (um por cento) da verba
prevista para o Tribunal de Justiça e menos de 3% (três
por cento) daquela destinada ao Ministério Público.
Em termos
salariais, a diferença também é sentida, pois a
remuneração inicial de um juiz ou a de um promotor é,
aproximadamente, 200% (duzentos por cento) superior à de
um defensor público, causando constante evasão de
profissionais recém-selecionados e treinados em busca de
vencimentos mais atraentes.
A despeito de
todo esse quadro, outro dado também alarmante se faz
presente neste aniversário da Defensoria Pública
paulista.
Completa-se hoje
o ciclo inicial de transição entre a Defensoria Pública
e a Procuradoria Geral do Estado, instituição que,
anteriormente, prestava assistência judiciária à
população carente e da qual partiram os primeiros
defensores públicos.
Nesse período, o
atendimento aos destinatários do serviço apenas pôde
ocorrer com o auxílio de funcionários emprestados pela
procuradoria, em virtude de expressa previsão legal. O
mesmo dispositivo da lei, entretanto, determina que o
período do aludido empréstimo de servidores hoje se
encerre, e a defensoria ainda não conta com quadro
próprio para se desincumbir das funções auxiliares que
lhe são indispensáveis, não obstante a obrigação legal
dirigida ao governador do Estado, que deveria ter
enviado à Assembléia Legislativa, até o mês de julho de
2007, projeto de criação dos cargos auxiliares.
Sem
funcionários, o atendimento torna-se inviável, e a
defensoria, infelizmente, deixa de existir. O
anteprojeto de lei enviado pela Defensora Pública Geral
ao governador no início de 2007 institui um quadro de
apoio moderno, enxuto e capaz de viabilizar a
assistência integral aos economicamente necessitados
preconizada pela Constituição de 1988. Urge o seu envio
à Casa Legislativa pelo governo, que detém iniciativa
exclusiva nessa matéria.
O dia 9 de
janeiro de 2008 não nos é, portanto, um dia de
celebração, mas de expectativa.
DAVI
EDUARDO DEPINÉ FILHO, 35, defensor público, é presidente
da Associação Paulista dos Defensores Públicos.
Fonte: Folha de s. Paulo, seção
Tendências e Debates, de 9/01/2008
Corte no Orçamento ameaça barrar a criação de 230 varas
da Justiça
Além de reduzir
os recursos destinados à construção e reforma de prédios
pelo Poder Judiciário, a tesoura do relator da proposta
orçamentária para 2008, José Pimentel (PT-CE), deverá
atingir a criação de varas federais. O projeto de
Orçamento encaminhado ao Congresso prevê a instalação de
230 varas da Justiça Federal, um acréscimo de 30,1% em
relação às atualmente existentes.
O relator já fez
chegar ao governo sua intenção de adiar a criação dessas
varas ou de fazê-la de forma escalonada, como parte do
ajuste que se tornou necessário com a perda dos R$ 40
bilhões da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF). Nesta fase do processo orçamentário,
apenas o relator pode fazer cortes.
A criação das
varas faz parte de um programa de interiorização da
Justiça, cujo objetivo é evitar os longos deslocamentos
do cidadão que busca seus direitos. Atualmente existem
743 varas federais.
Para o
funcionamento das 230 novas varas, a Justiça terá de
abrir concursos para a contratação de 460 juízes (2 para
cada vara), 2.070 analistas judiciários e 2.530 técnicos
judiciários, um total de 5.060 novos servidores.
CUSTOS
O Superior
Tribunal de Justiça (STJ) não quis informar ontem o
valor que será gasto com a implantação das varas. Além
dos gastos com pessoal, a medida implica construção ou
aluguel de prédios onde elas funcionarão e demais
despesas de custeio, como luz, água e telefone.
A contratação
dos juízes e dos demais servidores das novas varas é
apenas uma parte do previsto pelo Judiciário para este
ano. O projeto de lei encaminhado ao Congresso prevê a
realização de concursos para o preenchimento de 12.604
vagas no Poder.
Segundo as
informações complementares à proposta orçamentária,
encaminhadas pelo governo ao Congresso, o custo das
novas contratações pelo Judiciário foi estimado em R$
647,2 milhões, dos quais R$ 209,4 milhões apenas na
Justiça Federal. O Ministério Público da União prevê
realizar concursos para a contratação de 2.295
servidores, com custo de R$ 111,3 milhões.
O maior número
de novas contratações seria do Executivo - se o projeto
de Orçamento fosse aprovado como está: 40.032, por meio
de concurso. Caberia ao Legislativo contratar 1.417.
Ao todo, o
Judiciário, o Legislativo e o Executivo programavam
contratar 56.348 servidores. Desse total, 28.979 se
destinariam ao preenchimento de novos cargos. Os demais
seriam para a ocupação de postos já existentes que
ficarão vagos por aposentadoria e pela substituição de
pessoal terceirizado, entre outros motivos. O governo já
anunciou sua intenção de suspender novos concursos até
que seja obtido o equilíbrio do Orçamento.
A presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, deverá
marcar uma reunião com os presidentes dos tribunais
superiores para discutir os cortes no orçamento do
Judiciário, segundo fontes da área.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
9/01/2008
Judiciário quer definir onde terá de cortar
"É
inconstitucional o ato do governo que inviabiliza a
criação de 230 varas federais", afirmou ontem o
presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe),
Walter Nunes. "Se a ameaça for concretizada, estaremos
diante de flagrante violação ao princípio da
independência entre os Poderes, ainda que haja esforço
conjunto para contenção de despesas em razão da perda da
arrecadação com CPMF."
Nunes, juiz
federal há 16 anos, assinala que o próprio Judiciário
deve identificar qual gasto ou investimento poderá
contingenciar ou suprimir. "O Judiciário sabe o que é
prioritário e estratégico", disse. Segundo ele, as 230
varas - parte de uma programação de longo prazo - são de
fundamental importância para "funcionamento razoável" da
Justiça Federal.
O ministro Marco
Aurélio Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), observou que as varas federais já estão
sobrecarregadas. "Não há gordura para queimar aí",
alertou o ministro. "Um corte dessa natureza é
prejudicial, péssimo. A mesma coisa seria cortar
recursos para a Polícia Federal ou para a saúde. Já
estamos muito aquém do mínimo desejável. Reclama-se
muito da morosidade do Judiciário, que decorre em grande
parte da postura que o Estado adota, postergando a
satisfação de direitos. Querer compensar a perda da CPMF
por esse caminho é uma visão míope."
Marco Aurélio
mandou um recado ao Palácio do Planalto. "Precisamos
definir o que nós queremos em termos de Brasil. Essa
definição passa pela seleção do que deve realmente ser
feito com prioridade. Que pesquisem o que a Justiça
Federal arrecada para a União, volume inimaginável de
recursos."
O ministro
declarou: "Notamos uma deficiência desse serviço
essencial que é o Estado-juiz. Os processos vão para as
calendas gregas. Exigir de um magistrado que toque até 5
mil processos, e apresente solução a tempo e hora, aí só
pretendendo milagre. A magistratura está no limite do
seu esforço."
Mais acanhado
segmento do Judiciário, em termos de estrutura, a
Justiça Federal enfrenta demanda de 8 milhões de
processos e conta com um quadro de magistrados muito
inferior ao de outras unidades do Poder.
Walter Nunes
suspeita que um dos motivos do governo para eliminar o
projeto é emperrar a atuação dos Juizados Especiais
Federais, que cuidam de causas de pequeno valor com rito
acelerado, porque as decisões saem em até 60 dias.
Os magistrados
avaliam os juizados como um "modelo revolucionário" de
prestação de atividade jurisdicional. Entre 2002 e 2006,
os juizados se transformaram em incômodo para o
Executivo porque decretaram pagamento de R$ 8 bilhões em
ações de caráter previdenciário. A média é de R$ 5 mil
depositados em favor de cada contribuinte que recorre à
Justiça contra o governo.
"Os juizados
atendem justamente à população mais carente contra a
omissão do Executivo, são um grande instrumento de
inclusão social. O veto ao projeto é um desserviço que o
governo presta à sociedade e uma forma, sim, de conter
seus gastos", argumenta Nunes. "Já existe dotação para
as novas varas. É um crescimento necessário e planejado,
diante da demanda reprimida. O Judiciário virou balcão
de atendimento de cidadãos para os quais a administração
virou as costas."
Fonte: Estado de S. Paulo, de
9/01/2008
Portaria reduz recursos da Receita ao Conselho
A Portaria nº 3,
divulgada nesta semana no Diário Oficial da União,
limitou o uso do recurso de ofício - obrigação legal de
recorrer em instância superior em processos envolvendo
órgãos públicos - nas ações administrativas. A Portaria
determinou que a turma de julgamento da Delegacia da
Receita Federal usará o recurso de ofício apenas em
decisões desfavoráveis ao órgão e que envolvam o
pagamento de tributos e encargos de multa em valor
superior a R$ 1 milhão. Até então, o limite estabelecido
era de R$ 500 mil para recorrer de ofício ao Conselho de
Contribuintes da Receita Federal, instância superior
administrativa.
De acordo com a
assessoria de imprensa da Receita Federal, a alteração
no limite ocorreu para reduzir o elevado estoque de
processos na instância superior administrativa. Segundo
informação da Receita Federal, os processos da faixa
atualizada - entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão -
representam apenas 10% dos processos com recursos de
ofício. Além disso, conforme estimativas do órgão,
aproximadamente 94% das decisões da primeira instância
são mantidas pelo Conselho de Contribuintes.
Para grande
parte dos advogados tributaristas, a medida é positiva e
já altera alguns processos em andamento. O advogado
Marcos de Carvalho, sócio do Lefosse Advogados,
aguardava uma decisão do Conselho de Contribuintes,
neste mês, de um processo envolvendo o valor da faixa
atualizada e que teve uma decisão favorável ao seu
cliente em primeira instância. "O caso será encerrado
sem necessidade de uma nova apreciação", afirma. O
advogado Júlio de Oliveira, da banca Machado Associados,
afirma que a medida dará uma maior celeridade aos
processos que, segundo ele, aguardam cerca de dois anos
para serem analisados na segunda instância
administrativa.
Fonte: Valor Econômico, de
9/01/2008
TJ-SP irá republicar intimações feitas durante recesso
do fim de ano
As cerca de
5.000 intimações publicadas durante o recesso de final
de ano serão republicadas. Este foi o compromisso que o
presidente da seccional paulista da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D´Urso, obteve
junto ao novo presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça
de São Paulo), desembargador Vallim Bellocchi.
De acordo com
informações da OAB-SP, D´Urso reuniu-se nesta
segunda-feira (7/1) com Bellocchi, de quem obteve o
compromisso de que o TJ-SP irá republicar todas as
intimações editadas durante o recesso de final de ano,
de 20 de dezembro de 2007 a 6 de janeiro de 2008,
período em que estavam suspensos os prazos processuais
em toda a Justiça Estadual.
“O presidente
Bellocchi foi sensível ao pleito encaminhado pela
OAB-SP, entendendo que a edição do Provimento nº
1.382/07 foi a de permitir ao advogado um período de
descanso. Estimamos que cerca de 5.000 intimações foram
publicadas neste período de recesso. Pelo Provimento, as
intimações só deveriam ser publicadas e os prazos só
deveriam começar a correr a partir de 7 de janeiro ”,
afirmou D´Urso.
O Provimento nº
1382/07 vedou a publicação de acórdãos, sentenças,
decisões, despachos, intimação de partes ou advogados na
primeira e segunda instâncias e garantiu o atendimento
aos casos urgentes, novos ou em curso pelo sistema e
plantões.
Fonte: site Última Instância, de
9/01/2008