Lei
antifumo de Serra causa divisão no governo Lula
A
lei antifumo do governador de São Paulo, José Serra (PSDB),
provocou uma divisão dentro do governo Lula (PT). Enquanto o
Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer)
apoiam a proibição de cigarros em ambientes fechados, como
determina a lei paulista, a AGU (Advocacia Geral da União)
defende que a medida aprovada pela Assembleia Legislativa é
inconstitucional.
O
parecer da AGU sustenta que uma lei estadual não pode se
contrapor à legislação federal, que permite o fumo em
ambientes fechados. A AGU não consultou o Ministério da Saúde
nem o Inca para elaborar o parecer. Ambos apoiaram a legislação
proposta por Serra. O Ministério da Saúde chegou a enviar um
representante para a Assembleia para pressionar os deputados a
aprovar a lei.
O
Inca defende que a criação dos ambientes livres de fumo é a
medida mais efetiva e barata para proteger os não fumantes,
que representam 80% da população brasileira. Ainda segundo a
instituição, o fumo mata por ano cerca de 200 mil pessoas no
país -cinco vezes mais do que os homicídios.
Técnicos
do Inca e da Saúde ouvidos pela Folha sob a condição de
anonimato dizem que o assunto não é só técnico, como dizem
a AGU e a direção do instituto. A disputa virou política,
de acordo com essa visão.
Em
Brasília, a avaliação de petistas é que o apoio do governo
Lula à lei paulista significaria, indiretamente, fazer
propaganda de Serra, que tem como uma das marcas fortes a sua
atuação na saúde.
Um
projeto de lei sobre os ambientes livres de fumo, feito pelo
ministro José Gomes Temporão, está parado há um ano e meio
na Casa Civil.
O
parecer da AGU deixou o Ministério da Saúde sem ação. A
pasta cogitava entrar como apoiadora da lei paulista na condição
de "amicus curiae". O termo latino, que significa
literalmente "amigo da corte", designa uma instituição
que não faz parte da disputa, mas tem um grande interesse
sobre o assunto a ser julgado e apresenta uma versão que
busca ficar acima do conflito.
O
Inca já preparava os argumentos jurídicos de apoio à lei
paulista, quando foi surpreendido pelo texto da AGU. Um dos
argumentos que seriam usados é que São Paulo aprovou lei
contra o amianto, com teor diferente da versão federal, e o
Supremo considerou a medida constitucional porque visava
proteger a saúde.
"O
parecer da AGU sobre a lei antifumo demonstra claramente que o
governo federal passou a perna no Ministério da Saúde",
diz Paula Johns, da ACT (Aliança de Controle do Tabagismo).
Segundo ela, não faz sentido o governo partidarizar tema de
saúde pública.
O
diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini, diz que não há
conflito entre as posições do Inca e da AGU. "A AGU fez
um parecer técnico-jurídico. A nossa opinião é em defesa
da vida. Não existe divergência do Inca sobre o ponto de
vista técnico da AGU. Nem temos competência técnica para
questionar o parecer", afirma.
A
AGU afirma que não consultou o Ministério da Saúde nem o
Inca porque o que está em questão não é uma lei federal,
mas estadual. A instituição diz ser favorável a uma lei
uniforme no país sobre o fumo.
Segundo
a AGU, não há paralelismo entre as leis antifumo e do
amianto. De acordo com a instituição, o Supremo admite
"eventual divergência entre lei estadual e federal"
quando há uma situação peculiar que justifique a legislação
estadual.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 5/09/2009
Fisco de SP desmonta fraude
Cinquenta
fiscais da Secretaria da Fazenda paulista e promotores do
Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime
Organizado) do Ministério Público do Estado de São Paulo
realizaram ontem uma operação para desmontar uma quadrilha
especializada em transferir créditos irregulares de ICMS para
as indústrias de pneus. O governo paulista estima que perdeu
cerca de R$ 100 milhões nos últimos três anos com a ação
desse grupo.
A
força-tarefa formada por fiscais e promotores teve como alvo
14 locais em São José do Rio Preto e Mirassol (interior de
SP) e sete locais na Grande São Paulo. A operação, chamada
de "Ouro Branco", é resultado de um ano de
investigação e foi realizada para desvendar transações
envolvendo o Granulado Escuro Brasileiro (GEB), matéria-prima
usada pela indústria de pneus.
Para
obter créditos de ICMS por meio de fraude, a quadrilha
simulava a compra de látex (insumo usado na produção do
GEB) de outros Estados, como Minas, para gerar crédito de
ICMS -como ocorre nas operações interestaduais. Só que esse
insumo era comprado de produtores paulistas. O Estado é
responsável por 60% a 70% da produção de látex do país.
"Apesar
de não existir a cobrança do ICMS na operação com origem
neste Estado [no caso do látex], os documentos fiscais eram
emitidos de forma fraudulenta por filiais de fachada situadas
fora de São Paulo, criadas pelas empresas
beneficiadoras", segundo o fisco.
Cerca
de 30 pessoas fazem parte da quadrilha, que usou seis empresas
de fachada (uma em Santana do Parnaíba e cinco na região dos
Jardins).
O
grupo usava o dinheiro da fraude, segundo o fisco paulista,
para investir em carros e imóveis e expandir seus negócios.
O MP deve pedir ao Detran-SP o bloqueio de 20 carros de luxo e
quatro caminhões, além de outros bens do grupo -uma lancha,
duas fazendas (MT e MS) e um rancho
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 5/09/2009
''Convocado''
pela classe, D'Urso confirma candidatura ao 3º mandato na
OAB-SP
Terceiro
mandato não é antidemocrático, diz presidente da OAB-SP
Atender
a uma convocação da classe para estar à frente de seu grupo
político por mais três anos. Essa é a justificativa dada
pelo atual presidente da seccional paulista da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D’Urso, para sua
candidatura ao terceiro mandato à frente da entidade.
De
acordo com D'Urso, “houve mobilização de 90% das 218 subseções,
inclusive no interior, e isso me motivou a lançar a
candidatura para um terceiro mandato”. Entusiasmado,
D’Urso assegura que realiza um trabalho importante. “Eu
sinto como se todos os dias fossem iguais ao primeiro dia da
primeira gestão.”
Com
críticas à gestão da OAB-SP, Rui Fragoso lança candidatura
à presidência
Com
relação às críticas dos outros candidatos em relação ao
terceiro mandato consecutivo —de que este iria de encontro
ao princípio constitucional de alternância de poder—
D’Urso não se intimida e diz receber “como aval de
sucesso à frente da Ordem, pois não há crítica quanto à
condução ou à representação”.
Também
ressalta que as manifestações que julgam sua reeleição
“antidemocrática” são “impróprias, porque a nossa
legislação permite. É tradição na OAB ter vários
mandatos, é algo comum nas subseções. Como precedentes,
podemos citar Noé de Azevedo e Cid Vieira de Souza,
presidente por quatro mandatos seguidos”.
Além
disso, o presidente afirma que “antidemocrático é impedir
que um nome seja apreciado pela classe”. As eleições da
seccional serão realizadas em novembro.
Pesquisa
de opinião
D’Urso
assegurou que, em pesquisa realizada pela Toledo &
Associados, 80% dos advogados entrevistados considerou seu
trabalho —nos últimos seis anos— entre satisfatório, bom
e regular para bom.
Em
outra pesquisa da mesma empresa, ainda de acordo com o
presidente, 49% das intenções de votos seriam favoráveis ao
terceiro mandato, enquanto 29% seriam referentes aos demais
candidatos, somados.
Procurada
por Última Instância, a Toledo & Associados informou que
só poderia disponibilizar as pesquisas para consulta na terça-feira
(8/9), quando a presidência da instituição poderá conceder
autorização para tal.
Fonte:
Última Instância, de 5/09/2009
Hermes Barbosa lança candidatura à presidência da OAB-SP e
promete desoneração
O
atual presidente da Fadesp (Federação das Associações dos
Advogados do Estado de São Paulo) e Conselheiro Federal da
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Hermes Barbosa lançou na
noite da última quinta-feira (3/9) sua candidatura à presidência
da seccional paulista da entidade.
Disputando
com Rui Fragoso e Luiz Flávio D’Urso, que confirmou a busca
ao terceiro mandato, Hermes afirmou não ter medo do desafio.
“Sei que é uma missão penosa, difícil, mas ela é honrada
e honrosa. Por isso estamos na luta e vamos ganhar as eleições”,
declarou confiante.
Segundo
Hermes, a OAB de São Paulo precisa passar por mudanças para
que o dia-a-dia do advogado mude efetivamente. Por meio de
“propostas simples, concretas, objetivas”, o candidato
prometeu modificar a imagem desrespeitosa que se instalou em
todos os fóruns, “especialmente no interior”.
“O
advogado merece respeito, a democracia merece respeito e a
Ordem dos Advogados merece muito mais respeito ainda porque é
a entidade mais representativa da sociedade civil
brasileira”, enfatizou.
O
mote de sua campanha, “OAB para todos”, tem como proposta
principal o enfoque na desoneração dos advogados e impedir
um terceiro mandato do presidente em exercício, Luiz Flávio
D’Urso.
Em
entrevista a Última Instância, Hermes assegurou que as mudanças
devem visar, em primeiro lugar, à diminuição da anuidade da
Ordem, “que é a mais cara de nosso país e de todos os
conselhos”. De acordo ele, é possível fazer isso sem prejuízo
da receita total, por meio da implementação do selo OAB São
Paulo e “distribuindo de maneira equânime os custos”, o
que atualmente não acontece.
“O
advogado que ajuíza somente cinco ações paga a mesma
verdade de R$ 700, enquanto aquele que ajuíza 500 ações
paga os mesmos setecentos. Nós precisamos equilibrar isso
para que todos contribuam, todos paguem, mas que seja
racionalizado”, relatou o candidato.
Outra
providência a ser tomada para contribuir com esse processo de
desoneração será o corte de gastos “desnecessários e supérfluos”.
Por exemplo, a confecção de cartazes de cursos aqui na Praça
da Sé que são mandados para todo o interior. O que adianta
mandar um cartaz para Ilha Solteira de um curso que está
sendo realizado aqui? Isso é desperdício de dinheiro”,
questionou o advogado. “Nós não podemos aceitar!”.
Defendendo
a classe, Hermes Barbosa também pleiteou por melhores condições
de benefícios, no caso, planos de saúde. “Nós não
aceitamos também que o advogado hoje não tenha um plano de
saúde condizente com a realidade brasileira”, disse,
alegando que “quase ninguém consegue pagar” pelo plano
oferecido.
Terceiro
mandato
Contrário
ao terceiro mandato de D’Urso, Hermes repudia e o considera
como “a quebra de um princípio constitucional: o princípio
de alternância de poder, e nós não podemos aceitar sob o
disfarce de uma falsa democracia”.
“Temos
valorosos companheiros que podem engrandecer o quadro de direção
da Ordem e não é possível que no meio de quase 300 mil
advogados, somente um tenha a capacidade de dirigir nosso
destino”, ponderou.
Ao
avaliar os outros candidatos, Hermes os considera muito
parecidos. “Não vejo como eles podem efetivar as mudanças
que a nossa OAB-SP necessita. Mas creio que a minha
candidatura vai ao encontro dos anseios de nossa classe”,
comentou.
Advogado
há 30 anos, o candidato já passou pela secretaria e
vice-presidência da Caasp (91-94); foi secretário-geral da
OAB paulista (95-97); e presidiu o Ipesp (Instituto de Previdência
do Estado de São Paulo), no Conselho da Carteira de Previdência
dos Advogados do Estado de São Paulo (2004-2006).
Fonte:
Última Instância, de 5/09/2009
Com
críticas à gestão da OAB-SP, Rui Fragoso lança candidatura
à presidência
Vale
a pena ser advogado. Foi com essa afirmação que o advogado
Rui Celso Reali Fragoso encerrou seu discurso no lançamento
oficial de sua candidatura à presidência da seccional
paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). No evento,
realizado neste sábado (18/7), não faltaram críticas à
gestão do atual presidente, Luiz Flávio D’Urso, que deve
buscar o terceiro mandato à frente da entidade.
“Cansados
estamos nós”, afirmou o advogado José Eduardo Loureiro,
que presidiu a OAB-SP de 1985 a 1987, em alusão ao
“Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros”, o
“Cansei”, campanha lançada pela entidade em 2007. “Não
podemos aceitar repetição de reeleição”, afirmou durante
almoço que, segundo os organizadores, reuniu mais de 200
convidados.
Em
seu discurso, Rui Fragoso, que busca o cargo máximo da
advocacia em São Paulo pela segunda vez, não poupou ataques
a D’Urso. “Meu adversário não sai do poder e vai até o
último momento fazendo campanha no exercício do cargo,
usando a TV OAB e o Jornal do Advogado, que serve
exclusivamente como via de propaganda da atual gestão. Não
é possível a Ordem gastar R$ 8 milhões anuais em comunicação
e não proporcionar aos advogados de locais mais distantes a
possibilidade de acesso à reciclagem”, disse.
D’Urso
ainda não lançou oficialmente sua candidatura, mas é dado
como certo que o atual dirigente da maior seccional da Ordem
irá concorrer a um terceiro mandato. O atual comandante da
instituição já negou que exista ilegalidade em uma nova
candidatura e disse que o trabalho de reconstrução feito por
sua gestão demora muito. Se o presidente da OAB-SP for
reeleito, completará nove anos na direção da entidade.
“A
instituição Ordem dos Advogados do Brasil vai bem, mas o
advogado vai mal. Temos que recuperar o prestígio da nossa
classe”, completou Fragoso.
A
advogada Sonia Mascaro Nascimento afirmou em seu discurso que
o trimandato é perpetuação no poder. “Não podemos
admitir que os interesses da advocacia não sejam
defendidos”, disse.
O
coordenador de campanha, também ex-presidente da OAB-SP,
Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, afirmou existir um desejo
latente de mudança. “A advocacia precisa se colocar acima
dos interesses profissionais para lutar por um Brasil melhor.
Somos um instrumento para fazer a pátria dos nossos
sonhos”, enfatizou o criminalista. “Vamos eleger o Rui
Fragoso e vamos melhorar o país”, disse sob aplausos.
A
composição completa da chapa só deve ser anunciada em
outubro. As eleições ocorrem em novembro. Hoje, segundo
informações divulgadas no evento, a seccional paulista conta
com 280 mil advogados e administra uma verba de cerca de R$
150 milhões anuais. Os advogados inscritos na seccional
paulista pagam a mais cara anuidade da federação.
Rui
Fragoso já havia confirmado a candidatura em fevereiro desse
ano. A disputa começou exatamente após rumores de que
D’Urso concorreria novamente à presidência. O candidato,
que diz encabeçar uma união de advogados que busca recuperar
o prestígio da advocacia, já visitou 77 cidades do interior
paulista.
Nascido
em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo, em
1955, Rui Fragoso é especialista em direito constitucional e
comercial. Já foi presidente do Iasp (Instituto dos Advogados
de São Paulo) e conselheiro da Ordem, onde presidiu a comissão
de ensino jurídico. Formou-se pela PUC-SP em 1980, tendo sido
diretor da Escola Paulista de Advocacia e do curso de direito
na FMU.
Fonte:
Última Instância, de 5/09/2009
Comunicados
do Centro de Estudos
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Fonte:
D.O.E, Caderno Executivo I, seção, de 5/09/2009