O Conselho da
Procuradoria Geral do Estado, em cumprimento à
Deliberação CPGE nº 063/12/2007, e com fundamento nos
artigos 13, inciso IX, e 106, inciso I e parágrafo
único, da Lei Complementar nº 478, de 18 de julho de
1986, e na Resolução GPG-16, de 23 de março de 1993, faz
saber que estão abertas as inscrições para procedimento
de alteração de classificação a pedido, nos termos do
presente edital, relativamente às vagas discriminadas no
anexo que o integra.
1. A inscrição
far-se-á por meio eletrônico no endereço www.pge.sp.gov.br
na internet - área restrita - ou mediante requerimento
protocolado na Secretaria do Conselho da Procuradoria
Geral do Estado (Rua Pamplona, nº 227, 1º andar, São
Paulo) ou na sede das Procuradorias Regionais e da
Procuradoria do Estado de São Paulo em Brasília, no
horário das 9 às 11 horas e das 13 às 17 horas.
2. O prazo de
inscrição é de 5 (cinco) dias corridos, contados a
partir da publicação do presente edital.
3. Nesta data
são disponibilizados no endereço eletrônico retro
mencionado os dados dos Procuradores em atividade, para
fins de participação no certame.
4. As
reclamações para retificação de dados dos candidatos
deverão ser apresentadas no prazo de 5 (cinco) dias
corridos, facultado o uso de um dos procedimentos do
item 1.
5. O Conselho
fará publicar a lista das inscrições deferidas e
indeferidas, alinhando os inscritos por ordem de
antigüidade, apurada pelo tempo efetivo de exercício na
carreira, para fins de prioridade de escolha, observados
os critérios de desempate estabelecidos no § 3º, do
artigo 80, da Lei Complementar nº478, de 18 de julho de
1986, com a redação dada pela Lei Complementar nº 636,
de 16 de novembro de 1989.
6. Os inscritos
com menos de 5 (cinco) anos de exercício na área de
atuação inicial somente poderão escolher vaga dentro
desta.
7. Serão
passíveis de escolha pelos inscritos as vagas constantes
do Anexo, bem como as que se abrirem em decorrência de
opção feita no próprio procedimento de alteração de
classificação.
8. A escolha da
vaga poderá ser feita por procurador com poderes
especiais, com mandato outorgado por instrumento
particular.
9. Não será
admitida desistência ou reconsideração da opção feita.
10. Os
Procuradores do Estado serão classificados nos órgãos de
execução escolhidos após a posse dos candidatos
remanescentes do concurso de ingresso.
Anexo
Vagas destinadas
ao procedimento de alteração de classificação a pedido
Procuradoria
Judicial 1 vaga
Procuradoria Fiscal 1 vaga
Procuradoria Regional da Grande São Paulo 9 vagas
Procuradoria Regional de Sorocaba 1 vaga
Procuradoria Regional de Campinas 4 vagas
Fonte: D.O.E, Caderno Executivo I,
seção PGE, de 6/12/2007
Serra reforça caixa com depósito
judicial
O governador
José Serra (PSDB) garantiu ontem, após uma vitória no
Legislativo paulista, um reforço de caixa de cerca de R$
1,4 bilhão. Por ampla maioria, a base de sustentação do
tucano aprovou, no início da noite, o projeto de lei que
autoriza o Executivo a transferir para o cofre estadual
até 70% de todo o dinheiro depositado no banco Nossa
Caixa a título de depósitos judiciais e administrativos.
Os recursos,
segundo o texto, serão aplicados na construção e reforma
de fóruns e estradas vicinais, informatização do
Judiciário e do Ministério Público, pagamento de
precatórios, e, de forma genérica, em investimentos na
área da segurança pública.
Na prática, o
que Serra conseguiu ontem foi autorização para o uso
antecipado dos recursos depositados em juízo por autores
de ações contra o Estado. O dinheiro não pertence, até
que haja sentença nesse sentido, ao governo. Em geral,
são contribuintes questionando a cobrança de impostos,
taxas ou multas administrativas.
Apesar da
obstrução da oposição - PT e PSOL votaram contra a
medida - , o governo não teve problemas para aprovar a
proposta. O placar foi de 65 votos a favor e 16 contra.
A medida
encontra respaldo na Lei 11.429, sancionada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de
2006, que regulamenta o uso desses depósitos pelos
Estados. Para a oposição, ela fere a legislação. "Esse
projeto é inconstitucional e vem enfraquecer ainda mais
a Nossa Caixa. É a preparação para a privatização",
criticou o líder da oposição, Simão Pedro (PT).
O deputado
Barros Munhoz (PSDB), líder do governo, comemorou o
resultado e disse que o projeto ajuda o Estado a ampliar
seu fôlego de investimento. "O projeto é constitucional
e vai permitir ao Estado investir em obras de
infra-estrutura importantes para a população. Não trará
nenhum prejuízo à Nossa Caixa, que é sólida e está
prosperando."
Essa não é a
primeira vez que Serra busca na Nossa Caixa recursos
para reforçar os cofres do Estado. Em abril, o tucano
sacou R$ 2,1 bilhões do banco em troca da transferência
das contas do funcionalismo do Santander para a Nossa
Caixa. Na ocasião, o mercado financeiro reagiu e as
ações da instituição despencaram.
Serra quer ver
aprovada ainda neste ano uma lista de 15 projetos, entre
eles o Orçamento e o repasse de 1% do ICMS para a
habitação. Segundo Munhoz, este deve ser posto em
votação na semana que vem. O Orçamento ainda aguarda
relatório da Comissão de Finanças. A expectativa do
governo é votar todos os projetos até o dia 21.
Fonte: O Estado de S. Paulo, de
6/12/2007
Plenário aprova projeto que
transfere depósitos judiciais para tesouro do Estado
O Plenário da
Assembléia aprovou nesta terça-feira, 5/12, o Projeto de
Lei 903/2007, do Executivo, que dispõe sobre a
transferência dos depósitos judiciais e administrativos
para conta única do tesouro do Estado. A medida
consiste basicamente na transferência para a conta única
do Tesouro Estadual de 70% dos depósitos judiciais e
administrativos existentes no Banco Nossa Caixa S.A.,
referentes aos processos nos quais o Estado de São Paulo
seja parte, na seguinte conformidade: anteriores a 1999,
independentemente de sua natureza, e a partir daquele
exercício os de natureza não tributária. Com 21 emendas
e 1 substitutivo, o projeto tramitou em regime de
urgência.
Fonte: site da Alesp, de
05/12/2007
TJ-SP inaugura sede para
câmaras de Direito Público
Nesta
quinta-feira (6/12), às 15 horas, o prédio que abrigou
por 33 anos o hotel Hilton vai ganhar novos inquilinos:
os gabinetes de 120 desembargadores e juízes de segundo
grau do Tribunal de Justiça de São Paulo. Os
desembargadores atuam nas câmaras de Direito Público.
Desocupado há quase três anos, o imóvel pertence à
família Matarazzo e o aluguel vai custar aos cofres
públicos uma despesa mensal de R$ 670 mil.
Na reforma do
prédio – por conta da empresa Horus Engenharia – foram
investidos R$ 10 milhões, mas as despesas ficaram por
conta dos proprietários. Cada gabinete vai ocupar o
espaço antes reservado para três apartamentos e terá
copa e banheiro. O hotel Hilton foi projetado por Mário
Bardelli. Tombada, a fachada externa foi preservada,
assim como o jardim do décimo andar, projetado por Burle
Marx. O Tribunal deixou o espaço do antigo teatro do
hotel, no andar térreo, à disposição das secretarias
estadual e municipal da Cultura, para que seja reaberto
ao público com espetáculos e atividades culturais.
O prédio do
Hilton foi escolhido por oferecer melhores acomodações
que o prédio da avenida Paulista – conhecido como
Paulistão. Além disso, tinha espaço suficiente para
acomodar todos os desembargadores e juízes de segundo
grau que atuam nas 17 câmaras de Direito Público. Também
fica mais próximo da sede do Tribunal de Justiça.
A mudança, no
entanto, sofreu resistências. O assunto chegou a ser
levado a discussão na sessão administrativa do Órgão
Especial do Tribunal de Justiça – colegiado de cúpula
que reúne 25 desembargadores. Desembargadores
questionaram a escolha do prédio do Hilton por
considerarem que o local era “mal freqüentado”, numa
alusão às prostitutas e travestis que por ali circulam e
das boates existentes nas vizinhanças. “Como vamos andar
por um local daqueles”, afirmou um desembargador mais
pudico.
O prédio do
Hilton, na Avenida Ipiranga, tem área construída de
34.722 metros quadrados. São 32 andares, com três de
garagem. Possui 6.163,50 metros quadrados a mais em área
construída, que o prédio da Paulista. Além disso, as
condições da infraestrutura, tais como elevadores,
ar-condicionado, geradores, banheiros, são melhores.
Além dos 126
gabinetes de trabalho dos desembargadores das câmaras de
Direito Público e juízes substitutos em segundo grau, o
prédio abrigará unidades administrativas e de apoio aos
gabinetes, bem como serviços administrativos gerais.
Contará também com dois restaurantes; sendo um no 10º
andar e o outro, no 32º.
As fachadas do
prédio e o jardim externo do 10º são tombados, por isso,
houve restrições de mudanças. Internamente está sendo
feita uma reforma geral em todas as instalações do
imóvel para adaptação das instalações originais
destinadas à hotelaria, com revisão elétrica, lógica,
piso, pinturas, etc. O Tribunal colocará sistema de
comunicação, informática, mobiliário e persianas.
Fonte: Conjur, de 05/12/2007
Acordos na Semana de Conciliação
já somam R$ 32 milhões
Em dois dias, a
Semana Nacional de Conciliação já resultou em 7.554
acordos nos tribunais trabalhistas, federais e estaduais
do país, subindo o índice de acordos de 32%, no primeiro
dia, para 36%, até às 18h desta terça-feira (4/12),
segundo o Conselho Nacional de Justiça.
A Justiça
Federal foi a que registrou mais acordos no segundo dia
da campanha, com um índice de 53% de conciliações. Os
resultados parciais mostraram 1.901 audiências, 996
acordos, somando R$ 12.255 milhões.
A Justiça
Estadual ficou em segundo lugar no índice de acordos. De
9.382 audiências realizadas, 3.531 resultaram em
acordos, ou seja, pouco mais de 37%. A Justiça
Trabalhista registrou 31% de acordos, com 9.686
audiências e 3.027 conciliações, envolvendo R$ 16.511
milhões.
A Justiça
Estadual do Rio Grande do Sul subiu de 29% o índice de
conciliações, no primeiro dia, para 44% de acordos no
segundo dia da Semana. Estão previstas, no estado, cerca
de 9 mil audiências conciliatórias até sexta-feira
(7/12) abrangendo varas judiciais, cíveis, de família e
da fazenda pública; além de juizados especiais cíveis e
criminais, bem como da infância e juventude.
Em Santa
Catarina, a Semana da Conciliação encerrou o segundo dia
com 300 acordos, 264 deles tiveram origem na Justiça
Estadual. Segundo a Coordenação Estadual do evento, sob
o comando do desembargador Marco Aurélio Gastaldi Buzzi,
foram homologados 206 acordos cíveis e 58 na área
criminal – transações penais.
Alguns Juizados
Especiais de Competência Geral do Distrito Federal
também aderiram às audiências de conciliação na área
criminal. Das 67 audiências designadas para terça-feira
(4/12), as partes estiveram presentes em 45, registrando
R$ 5.764 em valores acordados.
A Semana
Nacional de Conciliação, que começou na segunda-feira
(3/12) e vai até sábado (8/12), faz parte do Movimento
de Conciliação, coordenado pelo Conselho Nacional de
Justiça. O Movimento foi lançado em agosto de 2006 e a
expectativa é de realizar 215 mil audiências até o final
da Semana.
Somente no
estado de São Paulo a expectativa é de que sejam
realizadas cerca de 16 mil audiências durante a Semana.
No sábado, no Fórum João Mendes Júnior, acontecerão
cerca de 2,5 mil audiências com a participação de 234
conciliadores, 250 funcionários e 10 juízes. A
coordenação do mutirão, em São Paulo, está a cargo dos
juízes Carmem Lúcia da Silva e Ricardo Cunha Chimenti,
da Corregedoria Geral da Justiça.
O presidente do
Tribunal de Justiça do Rio, desembargador José Carlos
Schmidt Murta Ribeiro, espera que a Semana Nacional da
Conciliação repita o sucesso de 2006, quando os acordos
nas audiências aumentaram em cerca de 60% nos seis
Juizados Especiais Cíveis do Rio. Para superar esta
marca, Murta Ribeiro convocou 175 juízes.
“O povo não sabe
que a Justiça demora porque há muitos recursos. Essa
forma de conciliação abrevia muito o processo. Não
haverá recurso e, portanto, a Justiça será mais rápida e
imediata”, ressaltou o desembargador.
A melhor marca,
até agora, foi na Justiça Federal do Paraná, que
atingiu, no primeiro dia da campanha, 98% de acordo em
86 audiências realizadas. O INSS vai realizar o
pagamento imediato de parcelas atrasadas, somando o
montante de R$ 102.814,56.
Fonte: Conjur, de 05/12/2007
Cezar Britto quer que OAB emita
certificação digital para advogados
O presidente
nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar
Britto, esteve hoje (5) com a presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, para
falar sobre a necessidade de a Ordem emitir
certificações digitais para os advogados que venham a
atuar em processos eletrônicos.
Segundo ele, a
preocupação da OAB é assegurar que o peticionante (o
advogado) que atua nas causas que tramitam de forma
eletrônica estejam efetivamente habilitados como
advogados inscritos na Ordem. Britto afirmou que a OAB
está realizando um investimento grande para permitir que
a entidade venha a atuar como certificadora digital.
“Foi uma reunião
técnica para buscarmos solução no sentido de que o
peticionamento eletrônico seja efetivamente seguro para
o Judiciário, para o jurisdicionado e para a advocacia”,
ressaltou.
Já em prática no
Supremo, o processo eletrônico recebeu o nome de e-STF.
Ele é regulamentado pela Resolução nº 344, do STF, que
cumpre o disposto na Lei 11.419/06, sobre o uso de meio
eletrônico na tramitação de processos judiciais.
A virtualização
dos processos na Corte começou com um tipo de
instrumento jurídico chamado recurso extraordinário,
apropriado para contestar, no Supremo, decisões de
outros tribunais que supostamente feriram a
Constituição.
O lançamento do
sistema de peticionamento eletrônico do Supremo está
previsto para o próximo dia 13, com participação do
procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.
Durante a cerimônia, o procurador-geral deverá
apresentar a primeira petição eletrônica no Supremo.
O novo sistema
poderá ser acessado por advogados públicos e privados
que tenham certificados digitais padrão da ICP-Brasil,
também conhecida como Infra-estrutura de Chaves
Públicas, um conjunto de técnicas, práticas e
procedimentos elaborado para suportar um sistema
criptográfico com base em certificados digitais.
A Resolução nº
330, de 29 de novembro deste ano, regulamenta o
peticionamento eletrônico no Supremo. Ela foi aprovada
na última sessão administrativa da Corte, realizada no
último dia 28, e publicada no Diário da Justiça em 3 de
dezembro.
Sistema
carcerário
Após a reunião,
Cezar Britto falou à imprensa sobre a falência do
sistema prisional no Brasil. Segundo ele, com essa
situação, a sociedade perde duas vezes. “Perdemos quando
damos um tratamento indigno e perdemos quando o retorno
da violência torna-se ainda maior e especializada.” Para
o presidente da OAB, a própria Ordem, o Ministério
Público e o Judiciário têm de estar mais atentos à
questão.
Fonte: site do STF, de 05/12/2007
Tribunal de Justiça elege nova
administração
O Tribunal de
Justiça de São Paulo elegeu hoje (5/12) os
desembargadores Roberto Antônio Vallim Bellocchi
(centro) como seu novo presidente, Jarbas João Coimbra
Mazzoni (esq.), vice-presidente, e Ruy Pereira Camilo
(dir.), o novo corregedor geral de Justiça. Os três
comporão o Conselho Superior da Magistratura do TJSP no
biênio 2008-2009.
Eles foram
eleitos pelo Tribunal Pleno do TJSP, composto por todos
os 354 desembargadores da Corte, dos quais 337
compareceram à votação, que teve uma duração de 4 horas.
O desembargador Vallim Bellocchi teve 190 votos, o
desembargador Jarbas Mazzoni 148 votos e o desembargador
Ruy Camilo foi eleito por aclamação.
Após a eleição
dos cargos de direção, os desembargadores se dividiram
para a escolha dos presidentes das seções de Direito
Público, Privado e Criminal. Para presidir a de Direito
Público foi eleito o desembargador Antônio Carlos Viana
Santos, com 42 votos; na de Direito Privado o
desembargador Luís Antônio Rodrigues da Silva, com 88
votos, e para a Criminal, Eduardo Pereira Santos, com 41
votos.
Os eleitos
assumem seus cargos na primeira semana de janeiro do
próximo ano e a posse formal da nova administração do
Tribunal de Justiça será no início de fevereiro.
Fonte: site do TJ, de 05/12/2007
Defensoria defende moradores
despejados de área ambiental
Uma Ordem
Interna da prefeitura de São Paulo determinou que 200
famílias desocupassem a área onde estão morando sob pena
de demolição das casas. A determinação da prefeitura é
contestada pela Defensoria Pública do Estado de São
Paulo que propôs uma Ação Civil Pública contra o
município.
Os imóveis estão
situados na Instância Jaraguá 2 e Jardim Harmonia,
próximos à Reserva Cantareira, em zona de proteção
ambiental. A Ordem Interna 01/2007 é contestada
justamente porque permite demolição de casas em áreas de
preservação ambiental e de mananciais sem ordem judicial
e sem oferecer às famílias desalojadas alternativas de
moradia.
Para o defensor
público Carlos Loureiro, que assina a ação, a
preservação do meio ambiente é importante e necessária
para a cidade, porém “a demolição de casas pela
Prefeitura, sem dar às famílias desalojadas qualquer
alternativa de moradia, só agrava ainda mais o déficit
habitacional da cidade."
As famílias
começaram a se instalar na região em 1970. Atualmente
cerca de 3.000 famílias residem em ambos os bairros.
A Defensoria
Pública foi autorizada a mover Ação Civil Pública pela
Lei 1.448, de 15 de janeiro de 2007. Embora ainda não
tivesse previsão legal, o uso de ações civis públicas
pelas defensorias já era aceito pela jurisprudência. Com
a mudança, a previsão passou a constar no inciso II do
artigo 5º da própria Lei da Ação Civil Pública (Lei
7.347/85).
Fonte: Conjur, de 05/12/2007
STF decide que cabe ao Tribunal do
Júri de João Pessoa julgar o ex-deputado Cunha Lima
Por sete votos a
quatro, o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu,
nesta quarta-feira, que não cabe ao STF, mas sim ao
Juízo Criminal da Comarca de João Pessoa (PB) julgar a
ação penal em que o ex-deputado federal Ronaldo Cunha
Lima (PSDB-PB) é acusado de crime de homicídio
qualificado, na modalidade tentada, contra o
ex-governador da Paraíba Tarcísio Burity (PMDB).
A decisão foi
tomada durante o julgamento de questão de ordem
levantada pelo relator da Ação Penal (AP) 333, ministro
Joaquim Barbosa, diante do fato de que Cunha Lima
renunciou ao mandato parlamentar cinco dias antes do
início do julgamento da ação penal. Em outra questão de
ordem, esta levantada pela defesa do ex-parlamentar,
questionando a competência do STF para julgar ação penal
envolvendo crime doloso contra a vida, os onze ministros
que integram a Corte votaram pela competência do
Supremo, quando se tratar de acusado com foro especial.
Pela remesa do
processo à Justiça da Paraíba votaram os ministros Marco
Aurélio, Eros Grau, Menezes Direito, Ricardo Lewandowski,
Gilmar Mendes, Celso de Mello e a presidente do STF,
ministra Ellen Gracie.
Pela competência
do STF para julgar a ação penal votaram, além do
relator, ministro Joaquim Barbosa, os ministros Cezar
Peluso, Cármen Lúcia Antunes Rocha e Carlos Ayres
Britto.
Debates
Os ministros que
defenderam o julgamento do ex-deputado pelo STF disseram
entender que a renúncia dele cinco dias antes do início
do julgamento, que já estava com data marcada para o dia
5 de novembro, constituiu “abuso de direito” e teve o
evidente propósito de frustrar o julgamento pelo STF. O
ministro Carlos Ayres Britto leu a carta de renúncia de
Cunha Lima ao mandato, em que este diz claramente que
quer ser submetido ao Tribunal do Júri da Paraíba, como
cidadão comum, e que confia no julgamento da Justiça
paraibana e no daqueles que o elegeram deputado.
Na mesma linha,
o ministro Joaquim Barbosa informou que, em momento
algum durante os quatro anos em que o processo tramitou
no STF, a defesa suscitou qualquer conflito de
competência para julgamento do feito. Pelo contrário,
pediu que recebesse a denúncia, tal qual fora formulada
pelo Ministério Público. Segundo Barbosa, Cunha Lima
chegou a “vangloriar-se” de ser autor da proposta de
emenda constitucional que aboliu a licença prévia do
Legislativo para o Supremo instaurar ação penal contra
deputado federal ou senador, afirmando claramente que se
submetia ao julgamento do Supremo.
Ele lembrou que
a denúncia foi recebida em 2002 e disse que o
parlamentar pôde exercer amplo direito de defesa durante
os quatro anos subseqüentes. Relatou que foram
enfrentadas dificuldades para ouvir testemunhas, a
exemplo de uma das testemunhas de defesa, arroladas pelo
então deputado, que levou um ano para ser ouvida.
Desempate
Quando a votação
estava empatada por 4 votos a 4, os ministros Gilmar
Mendes e Celso de Mello determinaram o resultado,
votando pela transferência do julgamento para a Paraíba.
Gilmar Mendes considerou que o ato de renúncia foi um
gesto legítimo, dentro do que preceitua a Constituição
e, uma vez que Cunha Lima renunciou ao mandato, cessa a
competência do STF para julgá-lo. Disse, ainda, que não
compartilha do argumento de que a renúncia teria sido
abuso de direito.
No mesmo
sentido, o ministro Celso de Mello entendeu que a
renúncia produziu plenas conseqüências, vez que o
parlamentar a formulou de forma oficial à Câmara, que
declarou a vacância do cargo e convocou o suplente. “A
renúncia é inquestionável”, afirmou Celso de Mello. “Foi
recebida e gerou efeitos, antes do julgamento final do
processo em curso, sendo um desses efeitos a cessação da
competência do STF para julgá-lo.
Celso de Mello
defendeu o respeito do princípio do juiz natural
previsto na Constituição, afirmando que ele é, por um
lado, garantia processual para qualquer pessoa em ação
penal e, por outro lado, uma limitação jurídica sobre os
órgãos com poder para processar e julgar. Nesse sentido,
segundo ele, o STF é juiz natural para processar e
julgar os membros do Congresso Nacional, quaisquer que
sejam as razões penais, segundo prevê a Constituição
Federal. Portanto, não sendo mais deputado, Cunha Lima
não deveria ser julgado pelo STF.
O ministro Marco
Aurélio alertou que a renúncia foi legítima e ocorreu no
momento em que Cunha Lima sequer havia sido julgado. ”Ao
STF compete somente constatar o fato de que não há mais
ação penal contra um deputado, mas sim contra um cidadão
comum, afastando a prerrogativa de foro”, afirmou.
Fonte: site do STF, de 05/12/2007