"A propósito da
repercussão da operação policial que desbaratou a
quadrilha responsável pelo 'golpe do remédio', que se
valia da Justiça para obrigar a Secretaria de Saúde de
SP a pagar medicamentos para psoríase com custos
majorados e fora da lista do SUS, salientamos o valoroso
trabalho desempenhado pelos procuradores de Estado de SP
--especialmente os classificados na Regional de Marília,
mas também aqueles da Regional de Bauru e da
Procuradoria Judicial (PJ8) da capital. Os procuradores
de Marília suspeitaram da autenticidade dos laudos
emitidos pelo médico Paulo César Ramos e, após
constatada a impossibilidade de demonstrar a falsidade
no âmbito do Poder Judiciário, solicitaram a instauração
de inquérito policial pela Polícia Civil. Tal iniciativa
foi o estopim da bem-sucedida operação 'Garra Rufa' que
trouxe, como conseqüência mais imediata, a interrupção
de uma 'sangria' no erário, que já consumira
aproximadamente R$ 63 milhões.No entanto, será o efeito
educativo e preventivo da atuação que mais perdurará,
fazendo com que o Estado deixe de gastar milhões com
ações fraudulentas para aquisição de medicamentos. É
lamentável, todavia, que nas reportagens veiculadas pela
Folha não tenha havido nenhuma menção à Procuradoria
Geral do Estado (PGE). Dentre as atribuições da PGE
--uma instituição que tanto orgulha os paulistas-- estão
a defesa do estado em juízo e o resguardo dos interesses
públicos. Missão plenamente cumprida no episódio."
Ivan de
Castro Duarte Martins, presidente da Apesp - Associação
dos Procuradores do Estado de SP (São Paulo, SP)
Fonte: Painel do Leitor, Folha de
S. Paulo online, de 5/09/2008
Operação da Polícia Civil paulista nasceu na PGE
Deflagrada pela
Polícia Civil de São Paulo, na madrugada da última
segunda-feira (1/9), a Operação Garra Rufa prendeu nove
integrantes de uma quadrilha acusada de desviar R$ 63
milhões do governo do Estado. A ofensiva, no entanto,
começou a ser articulada no final de 2007 e passou pela
realização do I Fórum de Ações de Medicamentos promovido
pela Procuradoria-Geral do Estado.
No final de
2007, o procurador-geral do Estado de São Paulo, Marcos
Nusdeo, se disse impressionado com o excessivo gasto do
Estado com ações judiciais contra o governo do estado, o
que redundava em prejuízos à execução de políticas
públicas de saúde. Só nos últimos 12 meses, os gatos
atingiram mais de R$ 400 milhões.
Com isso,
criou-se uma subprocuradoria com o objetivo de defender
o Estado de São Paulo nas ações judiciais envolvendo
pedidos de medicamentos. O novo órgão ficou a cargo do
procurador Luiz Duarte de Oliveira.
Por ocasião do
Fórum, em abril, o procurador Luiz Duarte de Oliveira
alertou sobre o andamento de investigações de ações
orquestradas para obter, por via judicial, medicamentos
de alto custo.
Para Nusdeo, o
Estado de São Paulo, o Judiciário e os autores dessas
ações são as grandes vítimas, caso venham a ser
comprovadas as acusações que pesam contra as pessoas
presas preventivamente.
A
Procuradoria-Geral do Estado estuda medidas judiciais
para reverter o prejuízo sofrido pelo governo de São
Paulo.
Fonte: Conjur, de 5/09/2008
Receita pode tirar 400 mil do Simples
A Receita
Federal informou ontem que cerca de 400 mil empresas
poderão ser excluídas do Super-Simples - sistema
simplificado de pagamento de tributos federais,
estaduais e municipais de micro e pequenas empresas. Sem
dar detalhes, a Receita informou, em uma curta nota à
imprensa, que iniciou os procedimentos para exclusão
dessas empresas, que têm débitos atrasados e precisam
regularizar a situação para permanecer no programa.
Será a primeira
exclusão do Super-Simples desde que o regime de
tributação foi criado, em julho do ano passado. A lei
que criou Super-Simples não permite que os contribuintes
com débitos atrasados permaneçam no sistema.
O Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) manifestou surpresa com o volume elevado de
empresas sujeitas à exclusão e com a forma como o
anúncio foi feito pela Receita. "A notícia é péssima e
nos coloca numa situação de extrema preocupação. Não
temos conhecimento dos detalhes. Devido à repercussão de
uma informação como esta, o cuidado com a comunicação se
faz necessário", disse o gerente de Políticas Públicas
do Sebrae, Bruno Quick. Ele destacou que o esforço de
criação do Simples Nacional foi justamente para
estimular a formalização das empresas.
Na nota, a
Receita informou que começou a enviar ontem às empresas
notificação para que regularizem o pagamento das
dívidas. Elas terão prazo de um mês após a notificação
para acertar as contas. Do contrário, serão
automaticamente excluídas do Super-Simples a partir de
janeiro de 2009. O sistema tem hoje 3 milhões de
empresas inscritas e 1,7 milhão pagam regularmente o
tributo por mês.
Segundo o
secretário-executivo do Comitê Gestor do Simples
Nacional, Silas Santiago, a exclusão poderá funcionar
como uma "limpeza" no cadastro. Como o comitê gestor tem
atuação independente da Receita Federal, o
secretário-executivo também não tinha conhecimento dos
detalhes da exclusão. "Muitas dessas empresas podem nem
estar mais funcionando", disse. Segundo Santiago, as
empresas que poderão ser excluídas tinham débitos
antigos referentes ao Simples Federal, que foi extinto
com a criação do Simples Nacional.
De acordo com a
Receita, as empresas que receberem o documento de
notificação terão todas as informações disponíveis para
a regularização das dívidas. Os débitos não
previdenciários de até R$ 100 mil podem ser parcelados
diretamente na internet, no site
www.receita.fazenda.gov.br, sem que o devedor precise
comparecer aos Centros de Atendimento ao Contribuinte.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
5/09/2008
Fórum prossegue na luta pelo resgate salarial
A publicação da
Medida Provisória nº 440, que reajusta os valores do
subsídio das carreiras jurídicas da União e que
contempla outras dez carreiras da Administração Federal,
a ninguém surpreendeu, eis que as tabelas já eram
conhecidas desde 17 de julho – sempre realçado em nossos
informativos o descumprimento do Acordo firmado em
1º/11/2007 entre a Representação do Governo (AGU e MPOG)
e os dirigentes do FORUM.
Sucessivas
audiências e reuniões com a SRH/MPOG, assim como com a
direção e lideranças do Congresso Nacional foram
realizadas nos últimos dois meses com a participação dos
dirigentes do FORUM, no sentido de acompanhar os
desdobramentos da Medida Provisória, em face do clima de
angústia, já insuportável, pelos sucessivos adiamentos
da publicação da matéria.
Em jogo estavam
não somente a desvalorização da classe jurídica, cujo
patamar jamais fora colocado em escala tão inferior no
âmbito da Administração Pública, como integrantes das
Funções Essenciais à Justiça, mas o risco de
continuarmos a perder os nossos quadros mais
qualificados a cada realização de concursos públicos
para o Ministério Público e a Magistratura, em nível
federal e estadual.
Com o agravante
de, em futuro breve, o Governo fechar as portas ao
ingresso na AGU, na PGF, na PGFN e na PGBC de grupos
seletos e altamente vocacionados para as carreiras
jurídicas, pelos atrativos salariais que ora se abrem
aos Bacharéis em Direito para uma dezena de outras
carreiras técnicas e administrativas. Daí a propriedade
do termo “desvalorização da classe jurídica”, empregado
acima.
Metas e
percalços
Feitas essas
observações, o FORUM NACIONAL registra algumas vitórias
parciais com a edição da Medida Provisória nº 440. Desde
o ano passado, quando apresentamos sugestões ao Governo,
nos fixamos em duas metas: a redução da distância
salarial entre as três Categorias de nossas carreiras
(Segunda, Primeira e Especial) e a paridade de
tratamento entre ativos e inativos. Essas regras, embora
os valores muito abaixo das expectativas e compromissos
assumidos, e a diferença de vencimentos entre as
categorias precise atingir o percentual de 5%, foram
parcialmente atingidas.
Um segundo ponto
diz respeito ao teto salarial (Categoria Especial), que
reúne boa parte dos ativos e a quase totalidade dos
aposentados. Seu reajuste em julho/2008 foi de apenas
11,6%, contra uma previsão de 20,4%, caso fosse cumprido
o Acordo Salarial de novembro de 2007. Apenas para
efeito de comparação, sem nenhum demérito, desde aquela
data os Delegados e Peritos da Polícia Federal em final
de carreira percebem, mensalmente, 30% a mais que um
Advogado Público Federal. Em relação aos membros do
Ministério Público da União – uma das Funções Essenciais
à Justiça – eles passam a ganhar em julho/2008, 43,9% a
mais que os Advogados Públicos Federais. De qualquer
forma, as menores perdas se concentraram na segunda
categoria, luta que já há algum tempo vem sendo travada
pelas representações dos Advogados Públicos Federais.
Essas e outras
distorções, inexistentes até a década de 1990, foram
levadas às reuniões do FORUM no Ministério do
Planejamento. Já informamos sobre a reação de uma
autoridade da República: “Vocês, ao contrário do que se
propala, são carreiras do Poder Executivo, sujeitas à
política salarial do Governo”, em absoluta afronta ao
posicionamento público e explícito do Advogado-Geral da
União. Para os menos avisados, durante as negociações
com as categorias do funcionalismo federal, foi colocada
uma matéria no site da SRH/MP (www.servidor.gov.br),
informando que uma comissão de gestores esteve nos
Estados Unidos, descobrindo que “os servidores públicos
norte-americanos têm uma tabela única de vencimentos”.
Ah, então foi com esse espírito que produziram a Medida
Provisória nº 440! Mas ignorando, em relação ao nosso
caso, as vantagens auferidas pelos membros do Corpo
Jurídico daquele país, que são, como nós, agentes
especiais do Estado.
Retomada das
negociações do FORUM
As Assessorias
Jurídica e Legislativa do FORUM trabalham a partir de
agora com um horizonte pós-eleições, produzindo
elementos para subsidiar as novas negociações com o
Governo, a partir da audiência convocada pelo
Advogado-Geral da União para esta quinta-feira, dia
04/09. Na mesa, três assuntos que vêm desde o ano
passado: o primeiro, a indispensável participação
efetiva do Ministro Toffoli na segunda etapa da reforma
do Poder Judiciário onde, pela primeira vez, se discute
com seriedade a Advocacia Pública. Naquela mesa se
encontra a verdadeira Lei Áurea da Advocacia-Geral da
União que são as autonomias administrativa, financeira e
funcional.
O segundo, o
encaminhamento à Casa Civil do projeto de nova Lei
Complementar, de cuja comissão, nomeada pelo então
Ministro Alvaro Costa, participaram as entidades que
hoje compõem o FORUM NACIONAL. A proposta estabelece
princípios, objetivos, formas de atuação da AGU, nova
estrutura orgânica, preservação das atribuições
exclusivas de cada uma das carreiras, garantias e
prerrogativas para os seu membros.
Por fim,
apresenta-se indispensável para o FORUM, depois de
tamanho desrespeito e humilhação sofrida pela Advocacia
Pública Federal, a retomada imediata da proposta de
criação do Fundo de Sucumbência, com a transferência, do
Tesouro para a AGU, dos honorários havidos pela atuação
dos Advogados Públicos no Contencioso Administrativo e
perante os Juízos e Tribunais, suplementando o subsídio
constitucional. Em abril de 2007, o Palácio do Planalto
aprovara a idéia – comunicada de maneira oficial a este
FORUM -, que esbarrou na burocracia dos Ministérios do
Planejamento e da Fazenda, quando voltou a tendência de
apenas reajustar a tabela do subsídio. Vale ressaltar
que a SRH/MP, em reunião recente com o FORUM, mostrou-se
disposta a retomar os entendimentos.
Nas esferas
administrativa (MJ/AGU) e legislativa, continuará o
FORUM a acompanhar as matérias de interesse da Advocacia
Pública, tanto nas Comissões como em Plenário. O caso
mais recente é o Projeto de Lei da AGU/MPOG que cria
cargos em comissão nos NAJs e na Procuradoria-Geral
Federal - esta última com a formalização da nova
estrutura regimental -, ambos os fatos que há muito já
se mostravam fundamentais e que têm o total e irrestrito
apoio do FORUM.
Não se poderia
deixar de pontuar, uma vez mais, a urgente necessidade
de reajustar as diárias e os auxílios saúde e
alimentação pagos hoje aos membros da Advocacia-Geral da
União. Não há outra palavra para qualificar a
estupefação que sofrem mensalmente os Advogados Públicos
Federais: humilhação!
Emendas à MP 440
O FORUM
NACIONAL, através de lideranças partidárias, ofereceu à
Câmara dos Deputados algumas importantes emendas à MP
440/2008, no que diz respeito à dedicação exclusiva dos
Advogados Públicos, ferindo o preceito constitucional de
liberdade do trabalho, fora dos horários de expediente;
a supressão de disciplina imposta pela MP na cessão dos
colegas a outros órgãos e instituições públicas, matéria
reservada à Lei Complementar; a exclusividade aos
Advogados Públicos para o exercício de cargos e funções
comissionadas, além de outras questões pontuais que
prejudicam os membros das carreiras jurídicas.
As reuniões
ordinárias do FORUM passam a ser realizadas
quinzenalmente, sem prejuízo da participação em
audiências e reuniões, ou de forma extraordinária a
qualquer tomada de posição urgente.
O FORUM
NACIONAL, entidade civil sem fins lucrativos,
devidamente registrado em Cartório, é integrado pelos
dirigentes das entidades de classe da área jurídica da
União, em torno de objetivos comuns nas áreas
institucional e de valorização das categorias
representadas, respeitando a atuação estatutária de cada
associação ou sindicato em relação às suas bases
associativas. Suas deliberações são em geral por
consenso ou pela maioria dos dirigentes, acatadas pelos
demais, e sua estrutura comporta Comissões nas áreas
Legislativa, Judiciária, Administrativa, Institucional e
de Comunicação. As despesas são rateadas entre as
entidades de classe, proporcionalmente ao número de
associados.
Em breve, será
divulgado o seu ESTATUTO para conhecimento de toda a
comunidade jurídica.
Fonte: site do Fórum Nacional da
Advocacia Pública Federal, Boletim Informativon° 77, de
4/09/2008
SP quer fazer
cadeias por parcerias
O governo do
Estado de São Paulo já deu os primeiros passos para
iniciar parceria com a iniciativa privada para a
construção de presídios. Dois estudos estão em andamento
para definir um modelo contratual. O primeiro está sendo
desenvolvido dentro do Comitê Gestor de Parcerias
Público-Privadas (PPP) e o segundo deve ser apresentado
pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp).
Para conhecer
alguns modelos de parceria, em julho, o vice-presidente
da Fiesp, Ricardo Lerner, viajou para Inglaterra e
Espanha, acompanhado do secretário de Administração
Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto. Eles conversaram
com autoridades inglesas e visitaram três presídios
privados na Inglaterra e uma penitenciária na Catalunha.
Neste mês, uma comitiva da Fiesp irá ao Chile para
conhecer em detalhes o funcionamento da parceria para a
construção e administração de presídios naquele país.
"Acho válido
fazer essa experiência na construção e na gestão de
presídios com a iniciativa privada. Caso funcione, como
ocorreu no Reino Unido, o modelo pode servir como
referência para o setor público", avalia o secretário.
No Brasil, as
duas primeiras PPPs voltadas para a construção de
presídios já estão em andamento (mais informações na
página C4), em Pernambuco e em Minas. "O modelo
desenvolvido em Minas é interessante e pode servir como
referência", adiantou Ferreira Pinto.
Ao contrário de
outras experiências, testadas na Bahia e no Ceará, onde
houve uma parceria na gestão de presídios, as propostas
paulista, mineira e pernambucana prevêem que os
empresários sejam chamados para conseguir terrenos,
construir os presídios, equipar os prédios e administrar
o dia-a-dia das unidades. Caberá ao governo só pagar
mensalmente um valor por detento.
"A iniciativa
privada pode entrar na parceria para suprir a
dificuldade que o Estado tem para fazer investimentos",
afirma o coronel José Vicente da Silva, consultor
contratado pela Fiesp para desenvolver o estudo de
presídios. De acordo com ele, que também participou da
viagem da comitiva para a Europa, o custo estimado por
presídio é de R$ 40 mil por detido. Isso significa que
uma unidade para 1 mil detentos custa R$ 40 milhões.
Atualmente, o
déficit de vagas no Estado de São Paulo, que conta com
cerca de 150 mil presos, chega a 40 mil. A medida
serviria para reduzir esse número e também garantiria
melhores condições para os presos e segurança para a
sociedade. "Pelo que temos visto, a iniciativa privada
acaba cumprindo a lei com mais rigor, uma vez que está
sujeita a multas pesadas", explica Silva. Na Inglaterra,
por exemplo, as empresas que administram cadeias são
multadas em cerca de R$ 300 mil por preso foragido. A
mesma multa é dada quando não se dá ao preso opções de
educação e trabalho.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
5/09/2008
Justiça manda afastar presidente da Fundação Casa
O Tribunal de
Justiça de São Paulo determinou, nesta quinta-feira
(4/9), o afastamento da presidente da Fundação Casa
(antiga Febem), Berenice Maria Giannella. Ela foi
condenada em uma ação que apurava irregularidades em
unidades de internação dos complexos Raposo Tavares e
Vila Maria. Também foi determinado o fechamento
definitivo da unidade de internação 37 do Complexo
Raposo Tavares. Cabe recurso. A informação é do portal
Terra.
Segundo a
assessoria de imprensa do TJ, a Secretaria de Justiça de
Defesa e Cidadania deve acatar a decisão judicial e
afastá-la. A Fundação Casa informou que não foi
notificada, mas que irá recorrer da decisão. Em nota, a
Fundação informa que, “desde janeiro de 2008, a unidade
37 está fechada e passou por reformas”. Além disso,
“neste período de quase nove meses, nenhum adolescente
ficou internado no local”.
A nota da
Fundação Casa informou, ainda, que a unidade Tietê, na
Vila Maria, foi extinta em 6 de dezembro de 2007.
Segundo o texto, o local passou por reformas e
adaptações e, no lugar, foram abertas duas novas
unidades para 45 adolescentes (cada uma) em 27 de maio
de 2008.
“As duas casas
estão funcionando com base num programa pedagógico
especial, desenvolvido pela Fundação Casa para atender
os adolescentes reincidentes”, diz a nota. Segundo a
assessoria da Fundação, todas as medidas foram
oficialmente informadas ao Poder Judiciário na época dos
fatos.
Fonte: Conjur, de 5/09/2008
Governo de SP cobra da União solução para venda da Cesp
Uma dia depois
de criticar a política econômica do governo federal, o
governador de São Paulo, José Serra, e a cúpula do
governo paulista reuniram-se, em Brasília, com a
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. No
encontro, o governo federal e o de São Paulo discutiram
a situação de indefinição da Cesp (Companhia Energética
de São Paulo) e o projeto de construção do ferroanel da
capital, empreendimento que pode impulsionar o
transporte ferroviário de carga para o porto de Santos.
Além do
governador José Serra, os secretários estaduais Mauro
Ricardo (Fazenda), Dilma Pena (Saneamento e Energia) e
Mauro Arce (Transportes) participaram do encontro com a
ministra da Casa Civil. Na saída, ninguém do governo de
São Paulo quis comentar o resultado da reunião.
O governo
paulista pressiona a União a aceitar a prorrogação do
contrato de concessão das usinas hidrelétricas de Jupiá
e Ilha Solteira, responsáveis pela maior parte das
receitas da estatal. A venda da Cesp pode engordar o
caixa do governo de São Paulo em R$ 6 bilhões e promover
um impulso em obras na área de infra-estrutura no
Estado.
No final de
março, o leilão de privatização da Cesp fracassou devido
à falta de garantias de renovação das concessões das
duas usinas. Pelo atual contrato, a Cesp deve devolver
as duas usinas à União em 2015, quando expira o prazo da
concessão. As hidrelétricas já tiveram uma renovação do
contrato e pelo atual modelo não é possível a segunda
renovação.
Essa situação
fez com que os investidores interessados em participar
do leilão em março desistissem do negócio.
Desde então, o
governador José Serra tenta convencer a União a fazer
uma manobra que permita a renovação das concessões. São
Paulo quer a aplicação da resolução 425 da Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica). No governo
Fernando Henrique, esse dispositivo ampliou o prazo de
concessão de usinas incluídas em programas de
desestatização. Serra quer agora a aplicação desse mesmo
dispositivo para a venda da Cesp.
Avaliação da
procuradoria da Aneel indica que a resolução não é mais
aplicável.
O governo
federal criou um grupo para discutir o assunto, mas não
define prazo para uma solução.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
5/09/2008
É legal a extensão da gratuidade judiciária a atos
extrajudiciais
A Segunda Turma
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade,
entendeu que não é nulo o ato de juiz de Direito que
determinou a expedição de certidões de registro de
imóveis sem o prévio recolhimento dos valores devidos,
os quais seriam pagos ao final pelo sucumbente.
Para a relatora,
ministra Eliana Calmon, a gratuidade da justiça
estende-se aos atos extrajudiciais relacionados à
efetividade do processo judicial em curso, mesmo em se
tratando de registro imobiliário. “A natureza de taxa
dos emolumentos cobrados pelos tabeliães e oficiais de
registro”, observou a ministra, “não retira a faculdade
de a lei isentar da cobrança tais verbas quando houver
uma finalidade constitucional a ser cumprida.”
No caso, Cássio
Antônio Mariani, titular do Ofício dos Registros
Públicos da Comarca de Piratini (RS) interpôs um mandado
de segurança para anular o ato do juiz de Direito da
Comarca que determinou a extensão da gratuidade judicial
a atos extrajudiciais, mais especificamente ao ato de
expedição de certidão de registro de imóveis.
A determinação
do juízo consistiu na ordem de fornecimento, sem o
devido e pronto pagamento dos emolumentos, de 15
certidões de registro de imóveis, a fim de instruir uma
ação de execução em cujo processo foi concedida
assistência judiciária gratuita.
No recurso,
Mariani sustentou a ilegalidade do ato apontando
exercício privado da atividade de registro, inexistência
de isenção constitucional ou legal para a hipótese,
impossibilidade de dispensa da exigência de pagamento
dos emolumentos sob pena de infração constitucional,
entre outros. Assim, pediu a anulação do ato do juízo da
comarca e a expedição de ordem inibitória contra
comandos de igual teor.
Fonte: site do STJ, de 4/09/2008
"Eleição direta para delegado-geral é uma proposta
considerada inadmissível e inviável"
O secretário
Ronaldo Marzagão afirma que o governo já tem uma
política para proporcionar reajustes salariais aos
policiais civis, que querem 60% de aumento e
incorporação de gratificações, mas que é preciso
considerar que há limites orçamentários. "A questão que
se põe é: quais são os limites econômicos do Estado, e
não de eventual falta de reconhecimento do valor",
afirmou. Ontem, entidades policiais e governo do Estado
fariam uma audiência de conciliação no TRT (Tribunal
Regional do Trabalho), que foi cancelada. A categoria
promete mobilizações a partir de hoje. O secretário diz
que não será atendido o pedido de delegados para que
possam participar na escolha do delegado-geral.
FOLHA - O
governo está diante de reivindicações salariais que
considera irrealistas. Policiais e delegados ganham o
suficiente?
MARZAGÃO - No
ano passado, o governador aprovou um pacote de
valorização dos policiais que custa R$ 500 milhões por
ano.
O governo tem
uma política de valorização, que neste ano está passando
por tratativas. Entre elas, o governo propõe aos
sindicatos uma reestruturação das carreiras de policiais
civis, que incluem a extinção da 5ª classe, o que por si
só vai trazer um aumento de até 27% para os que ganham
menos. Sem essa restruturação, fica muito mais difícil
para o Estado saber o quanto investirá. No mais, a idéia
é fazer uma restruturação das demais classes, mesmo dos
delegados. E, recentemente, o governo regulamentou a
gratificação de até um salário aos delegados do interior
que acumulam delegacias.
FOLHA - O sr.
não teme a fuga de delegados para outras profissões e
Estados, o que já ocorre?
MARZAGÃO -
Existem pessoas que deixam a carreira, mas em geral
trocando por outra. O fenômeno não se dá apenas por
questão salarial. Às vezes, é questão de vocação. Mesmo
polícias que hoje são tidas como paradigmas de
remuneração têm saídas. Isso não corresponde dizer que
não entendamos que deva haver, na medida do que for
possível para o Estado, a valorização dos policiais.
FOLHA -
Delegados ainda querem participar da eleição do
delegado-geral. Por que o governo não aceita?
MARZAGÃO -
Quanto a essa questão de reivindicações políticas, essa
de eleição do delegado-geral por toda a classe, já houve
uma manifestação muito clara do governo de que é uma
proposta considerada inadmissível e inviável.
A polícia é um
órgão do Estado, mas que está destinada a implementar as
políticas públicas de um governo, um governo eleito
democraticamente. Ela tem a delegação do governo de
implementar as políticas públicas. Essa delegação é
suficiente.
FOLHA - Seria
então uma tentativa de demonstração de força?
MARZAGÃO - Não
arrisco classificar ou adjetivar.
FOLHA - Como o
sr. trabalha com as estatísticas policiais? A população
não deveria ter acesso a todas elas, incluindo por
bairros, em São Paulo?
MARZAGÃO - Toda
a base de dados, estatísticas, é feita segundo padrões
internacionais, dividindo por 100 mil habitantes. Se nos
basearmos em números absolutos, teremos distorções
grandes. Temos um mapa da criminalidade, que orienta o
policiamento inteligente.
Alguns números,
por questão de trabalho policial, guardamos para nós. E
a área dos bairros não corresponde à dos DPs, e pode
haver distorções por isso.
Tenho a
impressão de que, tirando aquilo que possa ser de
interesse estratégico, um patrimônio para planejar e
conduzir a política pública de segurança... Números
gerais são fornecidos, até por força de lei. Cumprimos
rigorosamente a lei.
FOLHA - O que o
Estado pode fazer para manter a redução dos homicídios,
que vêm caindo mais devagar?
MARZAGÃO -
Crimes ocorrem nos locais mais carentes. Combater
homicídios é também dar segurança aos mais carentes. O
uso da inteligência como substituta da força, o
desarmamento, o encarceramento dos homicidas, e, muito
importante, a inclusão social como fator de segurança
pública, e não apenas de desenvolvimento e assistência
social. Na macropolítica do governo, entendemos que a
diminuição da violência passa por uma polícia eficiente,
legalista, e pela inclusão social.
FOLHA - Como o
Estado aplica essa política comunitária?
MARZAGÃO - Por
meio da polícia de proximidade, comunitária. Temos 205
bases comunitárias. O policial se integra na comunidade
e procura deixar a base à disposição da comunidade,
principalmente dos jovens e dos adolescentes, com
bibliotecas, cinemas, locais para prática de esportes.
Isso tem dupla mão: traz à comunidade a certeza de que a
polícia vai protegê-la e serve de auto-estima ao
policial.
FOLHA - Como o
Estado atua?
MARZAGÃO -
Estruturas criminosas, notadamente o tráfico, se
instalam onde o Estado está ausente. Entramos nesses
locais para quebrar essa estrutura criminosa. Ficamos lá
para proteger a população, para agir dentro da lei: a
porta do barraco tem o mesmo valor jurídico que a porta
da casa do secretário da Segurança. Essa operação de
saturação é para a estabilização da área, e depois a
própria polícia começa o trabalho social.
FOLHA - A
Polícia Federal é criticada pela superexposição de
suspeitos e pelas algemas em pessoas detidas, mas a
polícia paulista fez o mesmo com o casal Nardoni. Não é
um erro?
MARZAGÃO -
Fizemos nesta semana uma grande operação no caso dos
medicamentos, e não houve ninguém algemado.
A polícia não
deve cercear o trabalho da imprensa, mas não deve se
encarregar de anunciar por antecipação. Agora, há fatos
[como o dos Nardoni] em que nem sempre é possível
imaginar a repercussão que pode ter um caso em relação à
imprensa e à própria população. A partir do momento em
que se teve dimensão, foram tomadas as medidas
necessárias. No dia da reconstituição, até o espaço
aéreo foi isolado para propiciar [proteção] aos
acusados.
FOLHA - E como o
sr. controla os grampos, outra razão de excessos?
MARZAGÃO -
Quando assumi, fui ver quem controlava o escutador [de
grampos, que não era delegado]. Hoje, há um delegado de
polícia para isso, que é passível de auditorias, não do
conteúdo, que é protegido por sigilo, mas pode auditar
no sentido de ver se há correspondência entre o que está
autorizado judicialmente e o que está sendo ouvido. É
inadmissível um Estado sem controle do que faz sua
polícia, ou se terá um Estado policial, não só em
matéria de escuta, mas de outras formas de investigação,
como infiltração e acompanhamento progressivo da
diligência. Nosso limite é a lei, fora da lei não há
salvação. Em operações realizadas, o secretário e o
delegado-geral têm que ser informados, para depois
controlar a legalidade, mas sem saber detalhes dela, de
quem é o mandado de prisão, qual é a escuta.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
5/09/2008