ICMS de petróleo pode render R$ 400 milhões ao Rio
Ana
Paula Grabois e Rafael Rosas
Os
cofres do Estado do Rio devem receber mais R$ 200
milhões a R$ 400 milhões ao ano caso a proposta de
tributação de ICMS sobre equipamentos e bens
beneficiados pelo Repetro - regime que dá tratamento
especial a equipamentos destinados à exploração e
produção petróleo, incluindo plataformas - seja aprovada
no fim do mês no Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz), segundo o secretário de Fazenda do
Estado, Joaquim Levy.
Desde
1999, as empresas do setor estavam isentas do pagamento
de 16% do imposto devido a um outro convênio do Confaz,
mas Levy propôs o retorno da tributação, como mais uma
forma de conseguir fechar as contas do Estado.
Em
reunião dos secretários de Fazenda na semana passada, um
acordo foi negociado para que a taxação baixasse para
7,5%. Levy, que queria uma alíquota de 16%, negociou com
o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), que defendia
uma alíquota de até 5% . A Petrobras inaugurou duas
plataformas este ano no Estado do Rio e deve inaugurar
mais duas em 2008. A estatal pretende rever seus
projetos devido ao aumento dos custos que a tributação
vai trazer, caso passe no Confaz.
Fonte: Valor Econômico, de 03/10/2007
Deputados entram na negociação por verbas para a Justiça
paulista
Alessandro Cristo
A
Frente Parlamentar para a Autonomia Financeira do Poder
Judiciário de São Paulo, em reunião realizada ontem na
Assembléia Legislativa, decidiu auxiliar a presidência
do Tribunal de Justiça do Estado (TJSP) nas negociações
com o governo por verbas do orçamento de 2008. A
proposta orçamentária apresentada pelo tribunal foi de
R$ 7,259 bilhões, mas o repasse oferecido pelo governo
na proposta apresentada à Assembléia Legislativa no dia
28 de setembro foi de R$ 4,61 bilhões, o que
representará um corte de 36,48% nas contas do Judiciário
para o ano que vem.
A
reunião, que teve o objetivo de discutir meios para
viabilizar a autonomia financeira do TJSP, também
abordou as questões orçamentárias do ano que vem, que
devem ser votadas pelo plenário da assembléia até
dezembro. Segundo o coordenador da frente, deputado
Rodolfo Costa e Silva (PSDB-SP), este é um problema a
ser resolvido a curto prazo. "Pela primeira vez, a
discussão e a votação do orçamento do Judiciário serão
acompanhadas de forma especial", diz.
O
desembargador Alceu Penteado Navarro, membro do órgão
especial do TJSP, destacou que a Lei de Responsabilidade
Fiscal - a Lei Complementar nº 101, de 2000 - estabelece
o repasse do Executivo ao Judiciário a 6% do orçamento,
mas não prevê um limite mínimo. Sobre a questão, tramita
na Assembléia Legislativa a Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) nº 6, de 2007, do deputado João
Barbosa (DEM-SP), que iguala o limite mínimo do repasse
ao máximo permitido pela Lei de Responsabilidade
Fiscal.
O
presidente do TJSP, Celso Limongi, afirma que a falta de
verbas sufoca o Judiciário paulista. Segundo ele, existe
uma demanda de pelo menos sete mil servidores e 250
magistrados para o funcionamento mínimo do órgão, mas
que não podem ser contratados devido às limitações do
orçamento. Uma das saídas seria o aumento das receitas
do Fundo Especial de Despesa do Poder Judiciário, com a
absorção integral das custas processuais. Hoje, apenas
30% desse montante vai para o fundo. O presidente do
TJSP afirma também que, caso a proposta do tribunal para
o repasse de verbas em 2008 não seja aprovada, não
impetrará mandado de segurança contra o governo - como
recentemente fez o tribunal gaúcho -, pois o
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido
favorável aos Estados.
Para
o deputado Rodolfo Costa e Silva, o governo já está
atento à situação, mas seria preciso uma maior
sensibilização, que será alcançada com o apoio da
sociedade, na medida em que a autonomia financeira do
Judiciário for mais discutida. A questão, segundo ele,
pode estar definida até o fim de 2008. Na próxima
semana, representantes da frente vão ao Rio de Janeiro
analisar o funcionamento do Judiciário fluminense, que,
com a autonomia, aumentou sua receita em quase 70 vezes
e reduziu o prazo máximo de julgamento dos processos
para três meses.
Fonte: Valor Econômico, de 03/10/2007
CCJ aprova ganho de R$ 25 mil para o STF
A
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou
ontem projeto que reajusta o salário dos ministros do
Supremo Tribunal Federal e do procurador-geral da
República de R$ 24.500 para R$ 25.269,73. O reajuste tem
efeito cascata para o Judiciário e Ministério Público.
Fonte: O Estado de S. Paulo, de 03/10/2007
AGU recorre de liminar contra leilão de rodovias
Leonardo Goy
A
Advocacia Geral da União (AGU) entrou ontem com recurso
junto ao Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília
para tentar derrubar a liminar concedida anteontem pela
juíza Iolete Maria Fialho de Oliveira, da 16ª Vara
Federal, que suspendeu o prazo para entrega das
propostas pelas empresas interessadas em participar do
leilão de sete trechos de rodovias federais.
Por
enquanto, o leilão continua marcado para o dia 9,
terça-feira. Mas a avaliação dentro do governo é que, se
a liminar não for derrubada, o leilão pode ser adiado,
uma vez que a juíza não determinou uma nova data limite
para a entrega de propostas. Pelo edital, os envelopes
com as ofertas deveriam ser apresentados até amanhã.
A
juíza tomou a decisão de conceder a liminar a partir de
um pedido apresentado pela empresa argentina Iecsa, que
sustentou que precisava de mais tempo para preparar sua
proposta, uma vez que o governo mudou o edital do
leilão. Em outra ocasião, empresas também reclamaram
quando o governo reduziu a taxa de retorno dos futuros
investidores de 12,88% para 8,95%.
O
governo pretende entregar à iniciativa privada
concessões para a operação de 2.600 quilômetros de rodovias federais. Entre as sete estradas que serão
leiloadas estão a Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo
Horizonte, e a Régis Bittencourt, de São Paulo a
Curitiba.
Fonte: O Estado de S. Paulo, de 03/10/2007
Cobrança de ICMS faz Petrobrás rever projetos
Alessandra Saraiva, Kelly Lima E Jacqueline Farid
A
Petrobrás terá de revisar todos os seus projetos, com
novas projeções de custos, considerando o fim da isenção
de ICMS para a exploração de petróleo, de acordo com as
regras que estão sendo definidas pelo Conselho de
Política Fazendária (Confaz). O diretor de Exploração e
Produção da empresa, Guilherme Estrella, disse ser
favorável à tributação, 'mas não a ponto de inviabilizar
nossos projetos'.
No
fim da semana passada, em reunião em Florianópolis (SC),
o secretário da Fazenda do Rio, Joaquim Levy, solicitou
a saída do Estado do Convênio 58, que prevê alíquota
zero de ICMS para todos os bens abrigados sob o Repetro,
regime aduaneiro especial de exportação e importação de
bens destinados à exploração e à produção de petróleo e
gás natural. O processo será ratificado em duas semanas
e a estatal pagará tributos entre 3% e 7,5%.
'Vamos fazer uma nova rodada de revisão dos projetos, e
pode até ocorrer algum cancelamento, mas continuamos
conversando com o governo do Estado', disse Estrella.
O
diretor da Área de Serviços da empresa, Renato Duque,
disse ontem que o presidente da estatal, Sérgio
Gabrielli, vai se reunir nesta semana com o governador
do Rio, Sérgio Cabral, para discutir a medida que prevê
a cobrança de tributos na fase de exploração do
petróleo.
Levy
disse que o pagamento de tributos da Petrobrás, segundo
a definição do Confaz, pode conduzir a um acréscimo
anual de receita disponível entre R$ 200 milhões e R$
400 milhões. Ele adiantou que o governo fluminense quer
implementar uma nova regulação, o chamado Convênio 146,
que prevê uma alíquota tributária de 7,5% para a
exploração de petróleo.
Fonte: O Estado de S. Paulo, de 03/10/2007
Previdência complementar a servidor é inconstitucional
Alex
Jorge Sayour
Encaminhado ao Congresso Nacional, na semana passada, o
projeto de lei que cria o Fundo de Previdência
Complementar do Servidor Público (Funpresp), enfrenta
reações contrárias das entidades de classe. A Associação
Nacional dos Servidores da Justiça do Trabalho (Anajustra)
também se posiciona contra sua aprovação.
A
Seguridade Social, um dos avanços da Constituição de
1988, compreende os setores da Previdência (urbana e
rural), saúde, assistência social e seguro-desemprego.
Para financiá-la, foi instituído o orçamento da
seguridade social. Ao fazê-lo, os constituintes não
inventaram a roda; seguiram o padrão clássico baseado na
contribuição tripartite (empregados, empregadores e
governo). Note-se que, em países europeus, a seguridade
é financiada, em média, da seguinte forma: 38% pela
contribuição dos empregadores; 22% pela contribuição dos
empregados; 36% pela contribuição do governo (impostos);
e 4% por outras fontes.
Todavia, os setores conservadores jamais aceitaram as
conquistas dos servidores em 1988 e, desde então, para
justificar a necessidade de reformas visando enterrar
inovações trazidas pela seguridade, alardeiam que o
suposto déficit levará o país ao descontrole fiscal. Ao
fazê-lo, cometem pecado capital: renegam a existência da
Constituição e os fundamentos do Estado democrático de
Direito. Em linhas gerais, esse projeto privatiza o
sistema previdenciário e cria um amplo clima de
insegurança para os servidores públicos. O que os
defensores da reforma previdenciária esquecem de dizer
é, que o governo durante esses anos, deixou de colocar a
sua parte na previdência e, ainda usou os recursos para
outras finalidades que não o Fundo de Previdência
Pública.
Dois
dos principais pontos propostos no documento enfrentam
maior resistência. O primeiro consiste na inclusão dos
servidores do Legislativo, do Judiciário e do Ministério
Público Federal no regime de previdência complementar
proposto pelo Executivo. Já o segundo refere-se a nossa
previdência ser gerida por um Fundo de Previdência
Complementar Privado tendo os seus recursos aplicados no
mercado financeiro, sem que, tenhamos qualquer tipo de
garantia sobre as aplicações e pior, quanto ao futuro.
Vamos pagar, mas não temos garantia alguma do quanto e
quando vamos receber. A garantia do governo de pagamento
para as aposentadorias e pensões dos servidores da União
do teto do INSS, R$ 2,9 mil com reajuste pelo Regime
Geral, não traz tranqüilidade quanto ao futuro dos
servidores.
No
caso de aprovação do Fundo de Pensão para Aposentadoria
dos Servidores Públicos, a Associação Nacional dos
Servidores da Justiça do Trabalho (Anajustra) defenderá
fundo único para o Poder Judiciário e Ministério
Público, pois o fundo unificado, proposto no projeto do
governo, coloca alguns servidores em desvantagem já que
o Judiciário apresenta maior renda média se comparado
com o Poder Executivo. Quanto maior o desvio padrão da
renda entre os poderes, menos será a eficiência
produzida por um fundo único e ainda, os servidores do
Judiciário terão que arcar com a maior parcela dos
custos de administração do Fundo.
Os
servidores que já estão na ativa poderão optar por
continuar no sistema atual ou migrar para o novo fundo.
No atual sistema, eles contribuem com 11% dos seus
rendimentos e recebem aposentadoria integral e aqueles
que ingressaram até dezembro de 1998, também têm
garantida a paridade entre ativos e inativos, desde que
implemente os requisitos das Emendas Constitucionais 41
e 47. Aqueles que não implementarem as condições,
aposentarão pela média da contribuição. Os servidores
que optarem por migrar, receberão o teto do regime do
INSS mais a contribuição feita ao Fundo e um "benefício
especial", proporcional às contribuições feitas no
regime atual.
A
Anajustra é solidária à categoria, sendo contrária à
criação do fundo que fere os direitos adquiridos pelos
servidores e acredita no restabelecimento dos direitos
suprimidos.
A
entidade acredita que a matéria caso aprovada deverá ser
objeto de analise pelo STF, por se tratar do direito
natural, previsto na Constituição Pátria, dentre as
garantias fundamentais, esta questão também deverá
mobilizar toda a categoria em torno de uma previdência
social digna e convoca os servidores a lutarem pela
preservação dos direitos a uma Previdência Social
Pública.
Fonte: Consultor Jurídico, de 03/10/2007