Aposentado
do Estado pode ter até 7 gratificações
Os
servidores aposentados do Estado podem conseguir na Justiça o direito
de receber as gratificações pagas apenas aos funcionários ativos.
Veja
como funciona o pagamento de gratificações na edição impressa do
Agora, nas bancas nesta segunda-feira, 03 de agosto
Professora
já conseguiu bônus
Isso
porque, para sete tipos de bonificações, criadas entre junho de 2000 e
outubro de 2005, há o entendimento judicial de que elas seriam uma espécie
de aumento para os servidores, e, por isso, os aposentados também
teriam o direito de receber. Hoje, o Estado tem 477 mil aposentados e
pensionistas.
Podem
pedir a incorporação das gratificações os servidores das polícias
Civil e Militar, da Educação, da Saúde, entre outros. Algumas,
segundo o Estado, já foram incorporadas. Mas é preciso pedir o
pagamento dos atrasados (diferenças não pagas nos últimos cinco
anos).
"No
caso de algumas gratificações, há tantas ações para que elas sejam
incorporadas ao benefício que já existem instruções normativas favoráveis",
diz o advogado Fábio Ribeiro Credidio, do escritório Ribeiro, Credidio
e Yano.
Esse
é o caso da GAM (Gratificação por Atividade de Magistério), que é
paga apenas aos funcionários da ativa da rede estadual de Educação e
representa um acréscimo de 15% no salário.
Em
junho deste ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu o direito de
os aposentados receberem essa gratificação. "A Justiça entende
que o aposentado tem um bom argumento", afirma o advogado Leandro
Tamborda G. Marques, do escritório Dabul & Reis Lobo. Nesse caso, o
CPP (Centro do Professorado Paulista) tem 400 ações na Justiça, que
somam 12 mil servidores, e a Apeoesp tem cerca de 500 ações,
representando 15 mil pessoas.
As
regras
Para
conseguir a incorporação e receber os atrasados, é preciso ir à
Justiça. Além disso, é preciso que o aposentado se enquadre em
algumas regras.
Os
aposentados após 2003 devem preencher os seguintes requisitos para
obter a incorporação da gratificação: ter 60 anos de idade e 35 anos
de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 anos de contribuição,
se mulher, ter 20 anos de efetivo exercício no serviço público e
cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se aposentou.
Isso
porque, em dezembro de 2003, uma emenda constitucional acabou com a
igualdade salarial entre servidores da ativa e aposentados. Porém,
aqueles que ingressaram no serviço público antes dessa data e se
aposentaram depois continuam tendo direito à paridade
Fonte:
Agora SP, de 3/08/2009
O ativismo judicial é ruim independente do resultado"
De
cinco anos para cá, o Supremo Tribunal Federal passou a ser mais ativo
e suprimir lacunas deixadas pelo Poder Legislativo. É o chamado
ativismo judicial, quando o Judiciário, diante do vácuo deixado pelo
Congresso Nacional em determinados temas, acaba criando regras típicas
de lei pela via judicial. A instituição da fidelidade partidária e a
criação delimitação de normas para demarcação de reservas indígenas
são exemplos claros do chamado ativismo.
Essa
postura mais ativa é bastante elogiada por alguns, mas também encontra
ferrenhos críticos que enxergam no ativismo judicial uma interferência
indevida no Legislativo e uma consequente quebra de harmonia entre os três
Poderes. Um desses críticos é o professor e procurador do Estado de São
Paulo Elival da Silva Ramos. O professor acaba de conquistar uma cadeira
no departamento de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da
USP. A façanha não foi pequena. Disputou o lugar com Marcelo Neves,
renomado constitucionalista e hoje conselheiro do Conselho Nacional de
Justiça.
Ramos
estudou o ativismo judicial praticado pelo Supremo a fundo. O resultado
é a sua tese Parâmetros Dogmáticos do Ativismo Judicial em Matéria
Constitucional. Nela, ele reconhece que, às vezes, o ativismo pode ter
resultados bons, mas, mesmo assim, é prejudicial pois viola a separação
entre os Poderes e, consequentemente, prejudica o sistema democrático.
"O Judiciário está na verdade substituindo o Congresso e isto é
ruim independentemente do resultado", diz.
Ele
admite que o ativismo é fruto, principalmente, da inércia do
Legislativo, mas afirma que o problema precisa ser resolvido. Não se
pode simplesmente reconhecer a incompetência legislativa e deixar o
Judiciário cumprir missão que não é sua. “Não se pode, na
interpretação de texto constitucional, chegar a um ponto em que se
reescreva o seu conteúdo. O texto é um limitador objetivo, ele
existe.” Para Ramos, o STF saiu dos trilhos ao regulamentar temas como
fidelidade partidária, demarcação de reserva indígena, direito de
greve do servidor e nepotismo. “O problema é que pode ser de uma
forma atrapalhada — própria de adolescente”, disse ele ao
acrescentar que o ativismo judicial não pode ser visto como uma coisa
natural.
Em
entrevista à revista Consultor Jurídico, Elival da Silva Ramos explica
que a solução é melhorar o Congresso e isso só com reforma política,
a mãe de todas reformas. Ele defende que o país caminhe para o sistema
parlamentarista, assim como França e Portugal. Além de dar aulas na
USP e atuar na Procuradoria do Estado de São Paulo, Ramos dá aulas em
cursos de especialização da Escola Superior do Ministério Público,
da Escola Paulista da Magistratura, da Escola Superior da Procuradoria
Geral do Estado de São Paulo e da Escola Superior de Direito
Constitucional.
Leia
a entrevista
ConJur
— O senhor já estudou bastante o chamado ativismo judicial. Qual a
sua avaliação?
Elival
da Silva Ramos — No meu trabalho, falo do ativismo praticado pelo
Supremo Tribunal Federal, e não pelo Poder Judiciário como um todo,
embora o ativismo seja realidade nas instâncias inferiores antes mesmo
de chegar ao STF. Já analisei casos específicos e constatei que há
disfunção na atividade do STF, que quer legislar sobre determinadas
matérias. Isso é absolutamente negativo. A corte tem ultrapassado os
limites do texto constitucional para criar novas soluções e, com isso,
a competência do legislador fica usurpada.
ConJur
— Em quais casos o senhor considera que o Supremo invadiu a competência
do Legislativo?
Silva
Ramos — O tribunal praticou ativismo na perda de mandato por desfiliação
partidária, nepotismo, demarcação de reserva indígena e direito de
greve do servidor. Posso afirmar, sem dúvidas, que existe uma tendência
muito forte ao ativismo que não existia no passado no Supremo.
ConJur
— Existe algum caso pendente de julgamento que o STF pode suprir
novamente o atraso do Congresso?
Silva
Ramos — Talvez na ADPF 54 sobre aborto de fetos anencéfalos. Acredito
que a tendência do tribunal seja a de autorizar. Também sou a favor,
mas que seja autorizado no lugar próprio, que é o Código Penal. Não
é dado ao Judiciário o direito de escrever isso sem previsão no texto
constitucional. Nesta ADPF, não estão discutindo a
inconstitucionalidade de uma norma, pois ela não existe. O ideal é
dizer ao Congresso que essa legislação está atrasada e que ele deve
tomar providências. Nesse julgamento, o STF vai atacar a questão no
caso de fetos anencéfalos, mas existem outras tantas situações que o
aborto é justificável e que vão ficar de fora.
ConJur
— O ativismo é de todo ruim, então?
Silva
Ramos — Pode ser positivo quando a jurisprudência ou a legislação
está defasada em relação aos fatos e surge uma interpretação
criativa, mas de uma norma já existente. Nesse caso, pode e é bastante
importante, mas eu não chamo isso de ativismo. Chamo de interpretação
criativa, mas presa aos parâmetros normativos. Ativismo é quando o
tribunal ultrapassa o limite do texto normativo e passa a criar. Existe
um equilíbrio entre a norma e interpretação, que é rompido pelo
ativismo.
ConJur
— O senhor fala de interpretação criativa. Como é isso?
Silva
Ramos — O nome correto que se dá é interpretação evolutiva, que
usa a interpretação sistemática e técnicas de interpretação para
adequar a norma à realidade social. Isso é uma coisa que todo sistema
faz. Quero apenas dizer que há limites para se fazer isso. Não se
pode, diante de um texto legal que não comporta minimamente na sua
letra uma determinada interpretação, usar um parâmetro mais claro a
ponto em que se reescreva um novo texto para adequar a norma que se
deseja aplicar. O ativismo que vem da mais alta corte do país é muito
pernicioso. O nosso sistema, enquanto comportou um tribunal de cúpula
corrigindo certos excessos ativistas, teve equilíbrio. O problema é
quando o ativismo é patrocinado pelo próprio Supremo. Essa postura tem
efeito devastador não só em termos do resultado concreto, mas pelo
efeito de imitação e de acatamento das jurisprudências do STF.
ConJur
— O senhor não acha que, com a postura ativista, o STF criou soluções
justas?
Silva
Ramos — Não estou discutindo o mérito. Há uma série de normas que
seriam boas para o país, mas que dependem da intervenção do
legislador. O Judiciário está na verdade substituindo o Congresso e
isto é ruim independente do resultado. O Legislativo, que já se sentia
de um lado pressionado pelas medidas provisórias, que tomam o poder da
casa em grande parte, agora tem o ativismo do STF. O Congresso fica, então,
completamente afogado por duas tendências: uma do Executivo de legislar
e outra do Judiciário.
ConJur
— A culpa não é da inércia do Legislativo?
Silva
Ramos — O atraso do Congresso é justamente uma das causas do
ativismo. O Judiciário se vê muita vez instado a suprir a lacuna, mas
nem sempre é possível fazer isso. Há escolhas políticas que têm de
ser feitas e o Judiciário não tem legitimidade para isso. Os ministros
não podem legislar. Não foram escolhidos por voto direto do povo. O país
não pode perder a essência democrática. Goste ou não do Congresso,
ele é o órgão representativo por excelência. É lá que as pessoas têm
acesso, é lá que as pessoas podem levar suas aspirações, é lá que
a sociedade é representada. Não é no STF.
ConJur
— Como tornar efetivo, então, direitos constitucionais carentes de
regulamentação?
Silva
Ramos — Só dando ao Legislativo mais eficiência, e não simplesmente
destruindo. Não se pode aceitar o ativismo como uma coisa normal. No
caso do nepotismo, por exemplo, é um problema gravíssimo que precisa
de lei. A solução não pode vir de uma súmula. Todo mundo está de
acordo que ninguém deve ser beneficiado na administração por ser
parente. A solução do STF, como qualquer outra, está sujeita a
interpretação. Diz que é nepotismo nomear e beneficiar parentes até
terceiro grau na linha colateral. Significa que nomear um sobrinho ou um
tio é nepotismo, nomear um primo-irmão não é nepotismo. Então, como
é que vamos explicar em sala de aula que fere a moralidade
administrativa nomear sobrinho, mas não nomear primo?
ConJur
— E como dar mais eficiência ao Congresso?
Silva
Ramos — Só através da reforma política. Dizer isso é chover no
molhado. Lembro que Franco Montoro já dizia que a mãe das reformas é
a reforma política. É por meio dela que se faz as outras reformas. Não
adianta patinar em reforma tributária, reforma previdenciária e
reforma trabalhista. Quem faz as reformas é a estrutura política. Se a
estrutura política não é reformada, nada se resolve. E não falo de
uma reforma para gastar tempo e energia. É necessário enxugar o calendário
eleitoral. Há medidas que o país já está maduro para adotar como,
por exemplo, o voto distrital. Isso seria extremamente importante para
reduzir o número de partidos no país. Com isso, é possível combater
a maleficência operante. Sem redução do número de partidos do
Congresso, não tem como aumentar a eficiência do Parlamento.
ConJur
— O senhor considera necessário também mexer no sistema de governo?
Silva
Ramos — Sim. O primeiro passo é instituir a figura do primeiro
ministro, que praticamente já temos, e aos poucos criar condições de
adotar um sistema parlamentarista, à moda francesa ou portuguesa, mas
com adaptações. São mecanismos variados e complexos que precisam ser
pensados com seriedade e que teriam um impacto positivo na política
brasileira.
ConJur
— Qual postura se espera do Judiciário?
Silva
Ramos — O Judiciário é talhado para aplicar e também apontar
defeitos de uma norma já posta. Como eu disse, até certo ponto, por
meio da evolução da interpretação, pode melhorar alguma norma
defeituosa, mas tem limite. O limite é o que o texto constitucional
estabelece. Se o julgador aplicar algo aquém daquilo que o texto
possibilita, teremos o pacifismo judiciário, que é uma idealização
conservadora. Trabalhar a lei dentro do seu limite legal, com elementos
de interpretação, para estender a outras situações é perfeitamente
normal. Passou desse limite, é ativismo judicial.
ConJur
— O fato de o Supremo ser uma corte política não dá o direito de
praticar ativismo?
Silva
Ramos — Essa é outra confusão. A imprensa, por exemplo, tem um papel
político inegável. Quando publica uma matéria com a linha editorial
da empresa, ela mostra uma visão e influencia pessoas. Esse papel não
é igual ao papel de um deputado. A corte tem um papel político quando
decide uma questão política e que irá influenciar nesse meio, mas
isso não tem relação com o papel do parlamentar. O papel do STF é
mais vinculado. O constituinte, depois o legislador ordinário, tem
muito mais liberdade de ação. Dizer que o STF é uma corte política?
Assino embaixo. Mas precisa-se entender que, embora política, é Poder
Judiciário, não é Legislativo.
ConJur
— Como o senhor avalia a atual composição do STF?
Silva
Ramos — Posições ativistas ganharam mais fôlego de cinco anos para
cá. No passado do STF, especificamente na época do Regime Militar, a
crítica era outra, era de pacifismo. O tribunal era motivado e
pressionado pela situação política da época. Já chegou a ter cassações
e intervenções variadas na corte. Não posso dizer também que o
ativismo é problema da Constituição de 1988. A carta está em vigor há
mais de 20 anos e nos primeiro 10 anos não tínhamos ativismo. Por
isso, é preciso corrigir essa disfunção do Judiciário para que a
democracia não seja ameaçada ainda mais.
ConJur
— O senhor considera bom o sistema de escolha dos ministros do
Supremo?
Silva
Ramos — Não. O sistema atual é péssimo e necessita de mudanças.
Mas também não dá para imaginar uma corte composta por 11 juízes de
carreira. Sou contra esse tipo de composição. Pelo mundo, as cortes
constitucionais, em geral, têm uma composição mais política mesmo,
mas o importante é dividir a responsabilidade e o pluralismo das indicações.
O ideal seria indicações de ministros de quatro origens diferentes.
Com isso, teríamos uma posição mais abrangente daquilo que é a
sociedade.
ConJur
— Essas indicações deixariam de ser de responsabilidade do
presidente da República?
Silva
Ramos — Esse modelo poderia continuar, mas sou a favor de que a Presidência
da Câmara e do Senado também faça indicações, pela figura do
presidente de cada casa, já que é preciso individualizar a
responsabilidade pela escolha. A OAB também poderia indicar ministro
para o STF, como no sistema francês. Outra mudança importante seria
elevar o número de ministros para ajudar na sobrecarga dos trabalhos.
No começo da República, na primeira Constituição, eram 15 ministros.
Fixar mandato para os ministros também é uma boa medida. Assim, ninguém
iria para lá com a finalidade de se aposentar.
ConJur
— A troca de ministros a cada 11 anos não pode gerar insegurança jurídica?
Silva
Ramos — Não se for feita por etapas. Podem ser renovados quatro
ministros por vez, por exemplo. Assim, é possível ter certa
estabilidade na composição com uma renovação. Está na hora de o STF
ser melhorado em diversos pontos. Há ativismo, sobrecarga de trabalho,
mas existem outras questões que podem e devem ser abordadas. Outra solução
também é o STF ter uma diminuição de suas competências. Ele precisa
fazer menos e melhor.
Fonte:
Conjur, de 2/08/2009
ANAPE reúne-se em Alagoas e traça diretrizes
Ontem
e hoje o Conselho Deliberativo da ANAPE (composto dos Presidentes
Estaduais) reuniu-se em Alagoas discutindo os rumos da Carreira. A
entidade foi recebida na Ordem dos Advogados do Brasil por seu
Presidente, dr. Omar Coelho de Mello, que tb preside o Conselho
Consultivo da ANAPE, tendo sido Presidente da entidade. Foi discutido,
ainda, o engajamento da Classe na Ordem dos Advogados do Brasil, onde
foi demonstrado que isto fortalece os Procuradores.
Depois,
houve encontro na APEAL onde diversos outros temas foram discutidos,
v.g., as PECs e leis de interesse da Categoria. Os Estados ainda
analisaram o avanço dos Estados em prerrogativas e fortalecimento, o
que causou um incentivo aos poucos Estados que ainda lutam para a
realidade prescrita no art. 37, XI.
A
ANAPE ainda apoiou a Categoria em face de atos do Governo do Estado que
ferem nossas prerrogativas.
Ao
final, foi oferecido um coquetel para o Conselho Deliberativo com a
presença de deputados federais que apoiam os Procuradores.
Fonte:
site da Anape, de 1°/08/2009
Presidentes das Associações de Procuradores de todo o País declaram
apoio à reeleição de Omar
Os
presidentes das Associações de Procuradores de Estado do Brasil
decalaram apoio integral à reeleição do presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Seccional Alagoas, Omar Coêlho de Mello, na
instituição. A garantia foi dada na manhã de hoje durante reunião do
Conselho da Associação Nacional dos Procuradores de Estado (Anape) que
aconteceu na sede da OAB/AL, no Centro, com o objetivo de discutir a
situação da advocacia no âmbito nacional. “Omar Coêlho é uma
referência nacional devido o seu trabalho em defesa da sociedade e da
classe dos advogados. Por isso que deliberamos o apoio a sua reeleição
como forma de reconhecimento do seu trabalho”, explicou Ronald Bicca,
presidente da Anape.
A
presidente da Associação dos Procuradores do Paraná, Vera Grace, que
fez a proposta para a deliberação do apoio, justificou sua sugestão,
afirmando que Omar Coêlho faz um brilhante trabalho à frente da
seccional alagoana. “Omar Coêlho tem é uma pessoa competente e com
muita experiência. Ele tem um extremo zelo pela sociedade e a classe
advocatícia”, confirmou Vera Grace.
Ronald
Bicca disse ainda que tem orgulho de assumir junto com os outros
presidentes de Associação de Procuradores de Estado o apoio declarado
à reeleição de Omar Coêlho, não apenas por conhecer o seu trabalho,
mas porque, segundo ele, o presidente da OAB/AL vem realizando uma atuação
diferenciada na defesa do Estado e da moralidade pública.
Fonte:
site da OAB Alagoas, de 1°/08/2009
Presidentes das Associações de Procuradores de Estado do País elogiam
histórico de Omar Coêlho
A
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Alagoas, recebeu na manhã
de hoje, na sala dos Conselhos, os presidentes das Associações de
Procuradores de Estado de todo o País.
No
encontro, que teve o objetivo de discutir a situação da advocacia no
âmbito nacional, o presidente da OAB/AL, Omar Coêlho de Mello, fez uma
breve retrospectiva sobre a história da Associação Nacional dos
Procuradores de Estado (Anape), expondo as lutas que foram travadas na
época em que esteve à frente da associação para o fortalecimento da
advocacia pública.
Depois
da retrospectiva feita por Omar Coêlho, os representantes das associações
de diversos estados do Brasil, agradeceram o depoimento dado pelo
presidente da OAB/AL e classificaram o momento como importante para o
fortalecimento da Anape.
A
presidente da Associação de Procuradores de Estado do Paraná, Vera
Grace, disse que foi bom conhecer o retrospecto de luta, bem como saber
de todos os detalhes de como se deu essa batalha que a Anape enfrentou.
“Esse retrospecto feito pelo presidente da OAB de Alagoas nós dá uma
visão para se posicionar sem desanimar, sobrevivendo as
adversidades”, disse Vera Grace.
Também
agradecendo a exposição feita pelo presidente da OAB sobre a história
da Anape, o presidente da Associação de Procuradores de Santa
Catarina, Juliano Dossena, que também é vice na Anape, disse que
presenciou de perto o empenho e a persistência de Omar Coêlho em
alguns enfrentamentos.
O
presidente de Associação de Procuradores de Góias, Marcello Terto,
afirmou que o motivou a sua vinda para Maceió foi saber que iria se
reunir com o presidente da OAB/AL para ouvir depoimentos que, segundo
ele, irão fortalecer ainda mais a Anape. “Foi muito importante e
estou satisfeito em ouvir a história da nossa história”, disse
Marcello Terto.
“É
muito bom saber de onde viemos, onde estamos e para onde vamos”, disse
o presidente da Associação de Procuradores de Estado do Pará, Antônio
Bernardes, em relação à fala de Omar Coêlho.
Omar
foi 3 vezes presidente da Anape e esteve a frente em momentos decisivos
para a carreira, como na Reformar Administrativa do Bresser Pereira, da
Previdência do FHC e do Lula e, por último, no fechamento da Reforma
do Judiciário.
Fonte:
site da OAB Alagoas, de 1°/08/2009
Triste Justiça
A
PRISÃO de um lavrador no Espírito Santo, durante 11 anos, à espera de
um julgamento que nunca ocorreu, é mais um escândalo que compromete a
imagem do Poder Judiciário no Brasil.
O
episódio, que a Folha trouxe à luz na semana passada, não é um fato
isolado.
Levantamento
do Conselho Nacional de Justiça revela casos igualmente graves de
indiferença, insensibilidade e desrespeito à pessoa humana em outros
Estados da Federação.
A
título de exemplo, no Maranhão, uma pessoa permaneceu presa durante
oito anos para cumprir pena fixada em quatro. Em Pernambuco e no Piauí,
foram encontrados presos já absolvidos pela Justiça -se é que esta
palavra pode ser empregada para designar um serviço público tão
ineficaz. Exame mais aprofundado revelaria casos semelhantes por todo o
país.
Nesse
cenário, é elogiável o esforço desenvolvido pelo Conselho Nacional
de Justiça.
Inspeções
em 13 Estados resultaram na libertação de 3.831 presos em situação
irregular. É de esperar que, além desta providência, sejam punidos os
responsáveis pelos abusos encontrados.
O
caso do lavrador capixaba impressiona, ainda, pelo imobilismo da defesa.
Ele só foi libertado por iniciativa de um agente do sistema carcerário
que não se conformou com a situação. Um dos grandes problemas que
afetam a Justiça Criminal é precisamente a falta de assistência
judiciária aos que não têm recursos para contratar advogados.
Mesmo
onde as chamadas defensorias públicas estão instaladas de forma mais
ou menos satisfatória, réus são representados em juízo por
defensores que nem mesmo os conhecem pessoalmente. Realizam uma defesa
meramente formal, que evita a nulidade do processo, mas não é, de
fato, substantiva.
Além
da omissão, a crise da Justiça Criminal se agrava pelo aumento sistemático
da massa carcerária e pelo crescimento significativo, nos últimos
anos, do número de presos provisórios, ainda não condenados, estimado
pelo CNJ em 446,6 mil.
Aquilo
que deveria ser uma exceção está se tornando uma regra: em 1995, o número
de presos provisórios representava 28,4% do sistema prisional do
Brasil; hoje, representa 42,9%. Em Alagoas, 77,1% dos presos ainda não
foram definitivamente julgados; em Minas Gerais, 67,2% vivem a mesma
situação.
Se
o Poder Judiciário tem o dever de punir com severidade aqueles que
delinquiram, não pode esquecer da contrapartida que dele se espera, a
obrigação de fazer cumprir as normas processuais, com cuidado e rigor
técnico, e também a legislação relativa à execução penal,
aplicando com eficiência e agilidade os benefícios devidos a cada
detento, como a progressão de regime e a liberdade condicional. Lei
existe para ser cumprida.
Infelizmente,
todo o sistema falha. Os governos, a magistratura, o Ministério Público
e as defensorias não têm cumprido o seu dever a contento. Tão grave
quanto à impunidade que assola o país é este quadro de ilegalidade
que atinge milhares de presos e suas famílias, vítimas de um triste
desserviço público.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 2/08/2009
Onda de reajustes cria elite de servidores
Os
generosos reajustes salariais concedidos pelo governo de Luiz Inácio
Lula da Silva aos servidores federais fortaleceram o lobby das carreiras
mais bem organizadas e com maior poder de pressão sobre o Executivo.
Enquanto isso, as categorias menos organizadas só conseguiram correções
em seus salários nesta reta final de mandato do presidente.
Levantamento
feito pela Folha com base em dados do Ministério do Planejamento mostra
que um auditor da Receita Federal, com diploma de nível superior,
recebe atualmente 3,5 vezes mais que um pesquisador da Fiocruz, com
mestrado no currículo.
Até
julho do ano que vem, quando todos os reajustes concedidos no ano
passado estiverem pagos, a diferença entre os salários desses mesmos
servidores terá diminuído.
Esse
mesmo pesquisador da Fiocruz com o mestrado concluído terá direito a
um pagamento de R$ 5.094,97 por mês. Mas ainda estará longe da elite
do funcionalismo. O colega da Receita Federal terá direito a receber
mais que o dobro -R$ 13.600,00.
Essas
mesmas distorções podem ser observadas na comparação com outras
carreiras de lobbies poderosos. Os delegados da Polícia Federal em fim
de carreira, por exemplo, chegarão ao fim do governo Lula recebendo R$
19,7 mil por mês.
O
salário mais alto de um professor universitário com dedicação
exclusiva e doutorado será de R$ 11,7 mil. O de um pesquisador do IBGE
com doutorado e também no topo da carreira ainda será 39% menor que o
do delegado da PF.
Defasagem
Responsável
pela negociação dos reajustes aos servidores públicos, o ministro
Paulo Bernardo (Planejamento) afirma que o governo trabalhou para
recompor os vencimentos das carreiras que estavam com salário muito
baixo, mas não justifica por que a área jurídica, por exemplo,
consegue salários mais altos.
"Há
algumas distorções que já existiam e nós não conseguimos eliminar.
Algumas situações podem ser objeto de crítica, é razoável. Mas a
comparação entre o salário da PF e o dos demais servidores mudou
completamente. Tem uma relação mais equânime, mais próxima",
afirma Bernardo.
Em
dezembro de 2002, último ano do mandato do presidente Fernando Henrique
Cardoso, a Fiocruz pagava R$ 1.738,30 a um pesquisador com mestrado e R$
5.066,66 a quem tivesse doutorado. Já um policial federal recebia até
R$ 9.200,00 por mês.
Esses
números mostram que, de fato, a distância entre carreiras como
auditores e policiais federais, com forte lobby em Brasília, e a de
pesquisadores diminuiu no governo Lula. Também indicam que esses
servidores conseguem se manter no topo das remunerações pagas no setor
público.
"O
Estado tradicionalmente privilegiou as funções ligadas a finanças e
gestão durante as reformas do serviço público. Só agora começam a
aparecer algumas iniciativas em outras áreas, como educação",
diz o professor Caio Marini, da Fundação Dom Cabral.
Segundo
ele, assim como em empresas privadas, os grupos mais próximos dos
centros de decisão têm mais poder de pressão, o que explica uma parte
da força de algumas categorias do funcionalismo em obter reajustes
maiores.
O
Ministério do Planejamento argumenta que a situação poderia ser muito
pior se o governo tivesse cedido à pressão que começou com a PF e se
espalhou pelos advogados e pelos auditores da Receita para a equiparação
com o salário de juízes. O governo conseguiu brecar a demanda por
remunerações atreladas ao Judiciário, mas teve que ceder a reajustes
de até 200% ao longo do governo Lula para essas carreiras.
O
governo concedeu dois grandes aumentos aos servidores públicos. Um em
2006 e outro no ano passado. Esse último contemplou 90% de todos os
servidores federais, beneficiando 1,3 milhão entre ativos e
aposentados, além de 600 mil militares.
O
gasto estimado pelo governo na edição das MPs que promoveram os
reajustes era de R$ 47 bilhões até 2012, quando serão concluídos os
últimos ajustes. Neste ano, a despesa de pessoal, estimada em R$ 157
bilhões, já responde por quase um quarto de toda a receita da União.
Gasto criticado por economistas por não ser possível comprimir depois.
Foi
por meio das medidas provisórias aprovadas no ano passado que carreiras
como a de pesquisadores da área de ciência e tecnologia, em que estão
o IBGE e a Fiocruz, conseguiram reajustes. Mas isso só aconteceu depois
de ordem expressa de Lula, que determinou a recomposição salarial
dessas carreiras.
O
presidente resistiu às propostas da equipe econômica de postergar
esses aumentos diante do agravamento da crise. Lula argumentou que tinha
dado sua palavra de que iria corrigir as distorções salariais dessas
categorias com menor poder de pressão em Brasília.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 2/08/2009
Gasto do governo Lula com funcionalismo vai a 5% do PIB
Os
gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva com pessoal vão fechar
este ano perto de 5% do PIB (Produto Interno Bruto), refletindo os
aumentos concedidos pelo petista nesta reta final de mandato e superando
a era do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Até
recentemente, a equipe econômica de Lula costumava se defender das críticas
de elevação de despesas com pessoal sob o argumento de que, na comparação
com o PIB, sempre gastou menos que os tucanos no setor.
Em
2002, último ano do governo FHC, o gasto com pessoal havia atingido
4,86% do PIB, marca que não havia sido superada durante a gestão
petista até agora.
Em
seu primeiro ano de governo, a despesa de pessoal de Lula ficou em
4,45%. No ano passado, atingiu seu maior patamar, de 4,54% do PIB.
Agora, deve bater nos 5%.
A
elevação dos gastos com pessoal neste ano é criticada por economistas
por se dar num momento de crise.
O
ideal, de acordo com analistas, é que esses gastos nunca aumentem acima
da variação do PIB. Neste ano, quando pode ocorrer até retração na
economia brasileira, eles vão subir bem mais.
Entre
os Três Poderes, o Executivo é o que mais gasta com servidor público
-3,41% do PIB em 2008. Enquanto isso, o Legislativo ficou em 0,20% do
PIB, e o Judiciário, em 0,55%. Apesar de terem um gasto menor
proporcionalmente ao PIB, o governo costuma criticar as despesas do
Judiciário e do Legislativo por terem salários bem mais elevados e
menos funcionários.
O
governo já ensaiou tentar pôr um limite no crescimento da folha de
pagamento, na busca de sinalizar um controle maior sobre esse tipo de
despesa. Chegou a enviar ao Congresso um projeto limitando o crescimento
dos gastos com pessoal em 1,5% ao ano.
A
proposta, porém, está engavetada até hoje. Na tentativa de aprová-la,
a equipe econômica chegou a aceitar que esse limite subisse para 2,5%.
Agora, já fala em 3%.
Mesmo
assim, em véspera de ano eleitoral, as chances de aprovação da
proposta -que o governo prometeu retomar neste semestre- são pequenas.
De acordo com um assessor de Lula, simplesmente faltam votos para
aprovar esse tipo de projeto. Traduzindo, o Congresso não quer votar
matéria impopular neste período.
Fonte:
Folha de S. Paulo, de 2/08/2009
TJ gasta 91,8% da verba com pessoal
O
Tribunal de Justiça de São Paulo consome 91,8% de suas despesas com
recursos humanos, que incluem salários, férias, gratificações,
passagens para juízes, verba de gabinete "dentre outros dispêndios",
informa o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A
mais completa radiografia do Judiciário já realizada mostra que a
corte paulista, entre 2004 e 2008, aumentou em 37% suas despesas,
passando de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,6 bilhões.
Os
gastos com recursos humanos, indica o estudo, tiveram crescimento de
36,4% - com bens e serviços subiram 44,1%. A despesa total do TJ de São
Paulo corresponde a 24,1% do gasto da Justiça em todos os Estados. Em
2008, o efetivo de juízes paulistas equivalia a 20,9% do quadro total
no País. Já o montante de casos pendentes cresceu 42,6%, enquanto o
total arrecadado - que inclui custas e recolhimentos diversos e receitas
de execução fiscal - cresceu 105,9% entre 2004 e 2008.
As
revelações do CNJ confirmam alerta do ministro Gilmar Mendes,
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na sexta feira, após
dois dias de reunião com magistrados paulistas, declarou que "a
Justiça gasta muito com pessoal e não sobra recurso para
investimentos".
Segundo
o ministro, "alguns tribunais estão na faixa do desespero, 99%
gastam com pessoal, não têm nada para informática, para custeios básicos".
Maior
tribunal estadual do País, o TJ de São Paulo, ao fim de 2008, contava
com 2.291 magistrados e 55.727 servidores, inclusive estagiários e
terceirizados, dos quais 43.994 (79,9%) pertencentes ao quadro efetivo.
"Pode-se
observar que, durante os anos de 2004 e 2008, o total da força de
trabalho cresceu 32,7% ao ano, enquanto os servidores do quadro efetivo
cresceram, em média, 8,2% ao ano", destaca relatório do CNJ.
"Tal cenário indica que o tribunal de São Paulo optou, nos últimos
anos, em majorar o quadro de terceirizados ao invés de efetivos."
Levantamento
em todas as instâncias indica que o TJ de São Paulo conta com média
de 19 servidores por magistrado, maior índice entre os tribunais
analisados - no Rio, são 18 funcionários por juiz; em Minas, 14; no
Rio Grande do Sul, 8; a média geral nos Estados é 13.
Durante
2008, tramitaram em média 524 processos por servidor - no Rio Grande do
Sul, a média chega a 823 ações por servidor. O CNJ apurou que a
despesa total da Justiça por magistrado, em São Paulo, bate na casa de
R$ 2 milhões por ano, incluindo nesse cálculo o segundo grau e o
primeiro, turmas e juizados. "A despesa por magistrado em São
Paulo é uma das mais altas, acima da média nos Estados que é R$ 1,7
milhão", diz o estudo. "O tribunal de São Paulo possui um número
pequeno de magistrados para o orçamento e equipe de servidores que lhe
é disponibilizada."
Tramitaram
no Judiciário paulista - durante 2008 -, 1.128.559 processos, dos quais
580 mil deram entrada no período. Foram sentenciadas 553.771 ações na
segunda instância.
A
evolução dos dados no segundo grau aponta "para o expressivo e
contínuo" aumento de casos novos entre 2004 e 2008, crescimento de
358, 4%. "Apesar de haver, também, significativo aumento do
quantitativo de sentenças, crescimento de 491,5% naquele período, cabe
elucidar que no que diz respeito ao indicador de sentenças por casos
novos o número de decisões proferidas ainda reflete de forma tímida
nos casos que estão pendentes", avalia o CNJ.
"Ao
analisar os indicadores do Tribunal de Justiça de São Paulo no segundo
grau foi constatado, em comparação com a média nacional, que este
tribunal detém índice acima da média tanto em relação à taxa de
congestionamento como à produtividade dos magistrados", ressalta o
documento.
A
taxa de congestionamento, em 2008, foi de 51%, enquanto a média
nacional ficou em 43%. A produtividade dos juízes da segunda instância
foi de 1.538 decisões, enquanto a média de todos os outros TJs ficou
em 1.174.
Fonte:
Estado de S. Paulo, de 2/08/2009