STF analisa casos de
Repercussão Geral sobre gratificação
Dois recursos extraordinários que discutem
gratificações foram analisados, em novembro, pelo Plenário Virtual do
Supremo Tribunal Federal, em que os ministros analisam o pré-requisito da
Repercussão Geral.
O primeiro caso reclama de decisão que
entendeu legítima a extensão do pagamento da Gratificação por Atividade de
Magistério (GAM). Para os ministros, o caso é de Repercussão Geral.
A gratificação foi instituída pela Lei
Complementar 977/05, de São Paulo. Ela vale para aqueles que se aposentaram
até a Reforma da Previdência, que aconteceu em 2003. O artigo 7º da Emenda
Constitucional 41/03 assegurou o direito à paridade de aposentadoria com o
salário de servidores ativos apenas para aqueles que já recebiam a
aposentadoria até a reforma.
No entanto, há dúvida de que a Constituição
garanta esse direito àqueles que entraram no serviço público até a reforma.
O ministro Ricardo Lewandowski, relator, diz que há relevância econômica no
tema. O ministro Eros Grau ficou vencido.
Já o segundo caso, de relatoria do ministro
Menezes Direito, discute se a Gratificação de Atividade Institucional
Autônoma (Gaia), de procurador do Estado de Minas Gerais, deve ser estendida
ao cargo de procurador da Fazenda Estadual. Neste recurso, os ministros não
reconheceram a Repercussão Geral.
Segundo o recurso, o debate sobre a extensão
da Gaia aos procuradores da Fazenda Estadual refere-se somente ao período
anterior à unificação das carreiras, que aconteceu com a Emenda
Constitucional estadual 56/03, que criou a Advocacia Geral do Estado. Após
essa emenda, os procuradores do Estado ou da Fazenda passaram a receber a
gratificação. Na análise da repercussão geral, ficou vencido o ministro
Marco Aurélio.
Fonte: Conjur, de 30/12/2008
O STJ e a chicana jurídica
Graças ao Superior Tribunal de Justiça (STJ),
a velha tática dos advogados da União de interpor recursos protelatórios no
Judiciário, com o objetivo de adiar ao máximo o pagamento de dívidas ou o
cumprimento de obrigações, pode estar com os dias contados. Ao julgar
embargo de declaração impetrado pela Advocacia-Geral da União (AGU) com o
propósito de retardar o pagamento de uma indenização, a 2ª Turma da Corte
negou provimento ao recurso, e ainda multou a União em 1% sobre o valor da
causa, pela prática de chicana jurídica.
A medida, que é rara nos tribunais, partiu do
ministro Mauro Campbell Marques e foi aprovada por unanimidade. Em seu voto,
o ministro afirmou que de nada adianta modernizar as leis processuais para
agilizar a tramitação das ações judiciais, por meio da adoção da súmula
vinculante e do filtro da repercussão geral, se não houver uma mudança de
mentalidade no poder público, que é o principal responsável pelo
congestionamento dos tribunais federais.
Em muitas demandas nas quais a União é ré, diz
Marques, estão em causa direitos, necessidades e até o patrimônio
constituído ao longo de uma vida por cidadãos. Por isso, afirma ele, o uso
abusivo de recursos judiciais com fins protelatórios, por parte de advogados
da AGU, acarreta injustiças e desmoraliza o Judiciário.
"Enquanto reinar a crença de que os tribunais
podem ser acionados para funcionar como obstáculos dos quais as partes
lançam mão para prejudicar o andamento dos feitos, será constante o
desrespeito à Constituição. Aos olhos do povo, os juízes passam a ser
inimigos, e não engrenagem de uma máquina construída unicamente para
servi-los", conclui.
O embargo de declaração rejeitado por
unanimidade pela 2ª Turma do STJ é um bom exemplo dos expedientes
protelatórios que os procuradores de órgãos públicos costumam utilizar. A
demanda foi ajuizada em 2000 por um cidadão e a primeira instância da
Justiça Federal, seguindo a jurisprudência firmada pelo próprio STJ,
condenou a União. A AGU recorreu ao Tribunal Regional Federal e, após sofrer
nova derrota, apelou para o STJ, esgotando quase todos os recursos previstos
pelo Código de Processo Civil.
Em todas as instâncias, os advogados da AGU
invocaram os mesmos argumentos jurídicos que foram considerados
improcedentes já no primeiro julgamento. Em outras palavras, eles nunca
apresentaram argumentos novos que justificassem uma mudança de entendimento
por parte da Justiça Federal. E, quando o caso estava praticamente decidido,
a AGU entrou com embargo de declaração - um recurso em que se questiona
eventual omissão, contradição ou obscuridade de uma sentença ou acórdão. No
entanto, como o STJ já havia firmado entendimento sobre a matéria, não havia
o que se questionar. Foi isso que levou o ministro Mauro Campbell Marques a
multar a União e a conclamar a magistratura a agir com maior rigor contra
recursos impetrados apenas com o objetivo de protelar o cumprimento de
decisões judiciais.
Em sua defesa, os advogados da União alegam
que são obrigados a recorrer em todas as ações, mesmo naquelas em que sabem
que serão derrotados, para não serem processados por crime de
responsabilidade. Em vigor desde 1992, a Lei de Improbidade Administrativa
prevê para o servidor público que eventualmente causar perdas patrimoniais
ao erário sanções que vão de simples advertência administrativa à perda do
cargo, demissão do serviço público e suspensão dos direitos políticos, além
do pagamento de multa de até duas vezes o valor do prejuízo.
Mas, para evitar que isso ocorra, o chefe da
AGU tem a prerrogativa de editar súmulas, definindo os casos e as matérias
em que não há necessidade de recorrer. Quando chefiou o órgão, o ministro
Gilmar Mendes, atual presidente do Supremo Tribunal Federal, editou várias
súmulas, permitindo aos seus subordinados que se concentrassem apenas nas
ações mais relevantes e de grande valor. Em resposta a um editorial do
Estado, publicado em 15 de outubro, o atual chefe da AGU, José Antonio
Toffoli, disse que manteve essa política. Mas é preciso ampliá-la ainda
mais, para acabar de uma vez por todas com o abuso de recursos protelatórios
e evitar mais condenações e multas como a que a AGU acaba de sofrer no STJ.
Fonte: Estado de S. Paulo,
seção Opinião, de 1°/12/2008
Serra adia pagamento do ICMS
O governo do Estado de São Paulo vai adiar por
um mês o prazo de pagamento de 50% do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), referente ao mês de dezembro. Isso vai
significar um reforço de R$ 2 bilhões no capital de giro das empresas,
segundo o governador do Estado, José Serra.
O anúncio da medida foi feito ontem, pelo
governador, ao sair de uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, no Palácio do Planalto. "Essa é uma medida para ativar a economia e
manter o nível de emprego", declarou Serra.
Essa foi a terceira medida anunciada pelo
governador no Palácio do Planalto ou ao lado de autoridades do governo
federal - para demonstrar que também está tomando decisões contra a crise
econômica.
Com a decisão anunciada ontem, as empresas
paulistas poderão adiar de janeiro para fevereiro o recolhimento de metade
do ICMS referente às vendas de dezembro. "No caso do nosso Estado, é
bastante a arrecadação porque são muitas as vendas do fim de ano e achamos
que isso vai ajudar a atividade econômica e o emprego, que é a coisa mais
importante que tem", disse Serra.
O governador disse ainda que poderá adotar
outras medidas, mas não sinalizou quais poderiam ser. Ele pediu "pressa" aos
governos estaduais e municipais no entendimento com o governo federal para
acertar a prorrogação do pagamento do Simples por 60 dias, medida para
beneficiar pequenas e microempresas, anunciada na semana passada por Serra e
pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, também no Palácio do Planalto.
CENTRO DO DEBATE
O governador paulista, que é do PSDB, partido
de oposição ao atual governo federal, disse que está atuando em sintonia com
Brasília no encaminhamento de medidas para combater a crise. Com isso, Serra
tenta se colocar no centro do debate sobre a crise financeira e ocupar
espaço com decisões de âmbito nacional.
"Estamos trabalhando juntos na perspectiva de
manter a atividade econômica. A pior coisa que poderia acontecer seria a
retração da atividade, o que significaria menos emprego. E o emprego é a
coisa mais importante que tem na sociedade brasileira", afirmou.
Há duas semanas, José Serra anunciou uma linha
de crédito de R$ 4 bilhões da Nossa Caixa para os que os bancos ligados à
indústria automobilística possam manter o financiamento da venda de carros.
Ele divulgou a decisão ao lado de Mantega, em São Paulo, poucos dias antes
que a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil fosse anunciada - operação
que acrescentará mais de R$ 5 bilhões ao caixa do Estado.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
29/11/2008
Serra investirá R$ 45 bi até 2010
O governo José Serra vai refazer o orçamento
estadual para 2009 para acomodar os novos recursos resultantes da venda da
Nossa Caixa ao Banco do Brasil e ampliar o volume de investimentos
programados, de R$ 18,6 bilhões para R$ 21 bilhões - importância igual ao
que o governo federal investirá no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
no ano, em todo o País. O PAC é só parte do que o governo federal investe.
Também foi redimensionada a previsão de
investimentos para 2010; agora, o total aplicado no último ano do governo
Serra será de R$ 24 bilhões, informou ao Estado o secretário de Fazenda,
Mauro Ricardo Costa. A soma dos dois últimos anos de governo chega ao
inédito valor de R$ 45 bilhões de investimentos. "O governo Serra terá uma
marca: nunca se terá investido tanto em infra-estrutura na história do
País", afirmou Mauro Ricardo.
Essa marca soará oportuna em 2010, ano de
eleições para a Presidência da República. O secretário confirmou que as
rubricas mais aquinhoadas serão a rede de trens metropolitanos, a ampliação
do metrô, a construção e reforma de estradas vicinais e o aperfeiçoamento do
ensino técnico e tecnológico.
DE OLHO NA CRISE
Mesmo tendo arregimentado muitas fontes
indiretas de recursos, o secretário Mauro Ricardo diz ter alguma preocupação
com a crise econômica e com a possibilidade de que a receita estadual se
reduza. Ele afirma que ainda não se detectou nenhum sinal de que a crise
tenha chegado até a boca do cofre paulista. Os primeiros sinais, adianta,
estão sendo esperados para o primeiro trimestre de 2009. Mas assegura que,
mesmo se confirmando alguma redução de receita, o governo não pretende
desacelerar o programa de investimentos.
Nas duas próximas semanas, as secretarias de
Fazenda e Planejamento vão redistribuir entre as rubricas preferenciais do
orçamento o dinheiro novo, em especial os ingressos decorrentes da venda da
Nossa Caixa ao Banco do Brasil. A partir de março e até outubro de 2010, o
governo paulista vai receber R$ 299,2 milhões mensais, dinheiro que será
revertido integralmente para investimentos.
Os R$ 45 bilhões que São Paulo vai investir
nos próximos dois anos equivalem a mais de duas vezes e meia do total de
dinheiro necessário para concluir a rede de metrô da capital (R$ 17
bilhões); ou uma vez e meia o orçamento total da prefeitura de São Paulo
para 2009 (R$ 29,4 bilhões).
Os R$ 21 bilhões previstos para 2009
representam mais de quatro vezes o investimento do Estado em 2006, último
ano do governo Geraldo Alckmin. Nos últimos dez anos, o total de
investimentos de São Paulo variou entre 5,3% e 8,5% da receita (em 2008, o
índice é, até aqui, de 9,1%); em 2009 e 2010, essa relação vai pular para
algo como 18% da receita.
Ao assumir o governo estadual, no início de
2007, Serra definiu que faria uma gestão voltada para fortes investimentos
em infra-estrutura. De saída, repetiu vários movimentos que já tinha
experimentado quando ocupou, por um ano e três meses, a Prefeitura de São
Paulo, e que tinham rendido bons recursos extraordinários. Lá, entre outras
novidades, ele licitou entre bancos a folha de pagamento dos funcionários,
renegociou contratos de fornecedores, e criou um sistema de aumentos
salariais e ascensões funcionais por mérito.
No governo estadual, o primeiro movimento foi
vender a folha de pagamento do funcionalismo estadual para a Nossa Caixa,
que até então abrigava as contas-correntes do funcionalismo público estadual
sem pagar nada. Com isso, entraram os primeiros R$ 2 bilhões. O passo
seguinte foi conseguir autorização do Senado para contrair empréstimo de R$
6,7 bilhões no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
No final de 2007 o governo licitou o trecho
oeste do Rodoanel e faturou uma outorga de R$ 2 bilhões. Pouco depois,
conseguiu novo empréstimo, desta vez no BNDES, no valor de R$ 3,5 bilhões.
As duas autorizações de empréstimo, que
tiveram de passar pelo Ministério da Fazenda, mostraram que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva ajudou Serra a engordar o caixa paulista e a
preparar a esteira de sua eventual candidatura em 2010. O último lance foi a
venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil, negócio fechado diretamente entre
Serra e Lula, e que rendeu R$ 5,4 bilhões ao Estado.
DINHEIRO NOVO
Logo ao assumir, no começo de 2007, o governo
Serra cortou 15% dos cargos em comissão e renegociou contratos de
fornecedores, conseguindo uma economia de R$ 600 milhões. No primeiro ano de
governo, regularizou a previdência dos funcionários estaduais, criando a
SP-Prev, antes mesmo do governo federal - que criou a nova lei e não a
executou até hoje.
Depois, promoveu parcelamento de débitos de
tributos e obteve, até agora, um recolhimento de R$ 8,2 bilhões. Fez ainda
uma auditoria na folha de pagamentos do Estado que economizou mais R$ 400
milhões. A entrada em funcionamento do programa Nota Fiscal Paulista rendeu
um adicional de receita de R$ 200 milhões em 2008. Neste ano, o plus chegará
a R$ 500 milhões, conta Mauro Ricardo.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
30/11/2008
São Paulo mira IPVA de carro licenciado em outro Estado
O governo José Serra (PSDB) planeja cobrar o
IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) até mesmo de
veículos registrados em outros Estados, desde que o proprietário -empresa ou
pessoa física- tenha seu domicílio fiscal em território paulista e não
comprove o motivo de não transferi-lo para o Estado.
A medida está no projeto de lei encaminhado
por Serra à Assembléia Legislativa para, segundo a Secretaria da Fazenda,
reduzir as fraudes que consistem em registrar o veículo em Estados que
cobram alíquotas menores do IPVA.
Em 2007, a Fazenda de São Paulo realizou as
operações Rosa Negra e De Olho na Placa, que detectaram fraudes cometidas
por proprietários de veículos que registravam seus veículos em outros
Estados.
Enquanto São Paulo estabelece alíquota básica
de 4% sobre o valor do veículo, Paraná (2,5%), Tocantins (2%) e Espírito
Santo (2%) cobram menos.
No caso do Paraná e do Tocantins, que ainda
dão às locadoras o incentivo da taxa de 1%, a alíquota baixa fez com que a
maioria das frotas que operam em São Paulo fosse registrada naqueles
Estados.
No ano passado, diante das reclamações de
Serra, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), planejava reajustar a
alíquota do IPVA em 20% para carros de passeio e em 50% para as locadoras,
mas a iniciativa esbarrou na Assembléia Legislativa paranaense.
O secretário da Fazenda de São Paulo, Mauro
Ricardo Machado Costa, defende que não deve haver correlação entre local de
registro e Estado em que o contribuinte deve recolher o imposto do carro.
"O fato de um veículo estar registrado e
licenciado num determinado Departamento de Trânsito consiste em uma
indicação indireta coincidente, na maioria das vezes, mas não sempre, com o
critério de domicílio", diz Costa.
Para identificar o domicílio do contribuinte,
o projeto estabelece regras como residência habitual ou endereço da empresa
no Estado. Mas, no caso de locadoras de fora, até o endereço do locatário do
veículo em São Paulo.
O projeto estabelece como forma alternativa de
fixar o endereço do proprietário, por exemplo, o local registrado na Justiça
Eleitoral, seguradoras, na declaração do IR e em contas de água, luz e
telefone.
Outro aperto está na previsão de que, a partir
de 2009, serão considerados responsáveis solidários pelo recolhimento do
imposto, no caso de inadimplência, dirigentes de empresas e órgãos públicos
que tenham contratado locadoras.
O projeto também reduz a alíquota para os
veículos movidos exclusivamente a álcool, gás natural veicular ou
eletricidade. Nesses casos, a alíquota será de 3% (hoje, os veículos flex
pagam 4%, ou seja, é considerada a alíquota maior, correspondente à
gasolina).
Guerra fiscal
O projeto de Serra ainda abre uma nova guerra
fiscal para atrair para São Paulo as locadoras de veículos. A proposta
concede abatimento de 50% sobre o valor do IPVA para as locadoras de
veículos, como já ocorre com outros Estados.
Também haverá uma mudança na aplicação de
multas por atraso no pagamento das parcelas. Hoje, é aplicada multa de 20%
até mesmo por um dia de atraso do imposto.
Pelo projeto, o contribuinte passa a ser
multado em 0,33% ao dia, com limite de até 20% no valor, medida que, segundo
o governo, foi tomada para criar maior justiça tributária.
Objetivo é mais justiça fiscal e menos
distorção
O projeto de lei do governo paulista que
altera a legislação do IPVA tem dois objetivos básicos: corrigir distorções
nas regras atuais e promover maior justiça fiscal.
Uma das mudanças é a que altera a forma de
cálculo da multa para quem recolhe o tributo com atraso. Hoje, só há um
percentual (20%).
Pelo projeto, a multa será calculada de forma
progressiva, como ocorre com os tributos federais. Assim, será cobrado 0,33%
por dia.
O projeto mantém o teto de 20% para a multa.
Dessa forma, o percentual máximo somente será cobrado de quem atrasar o
pagamento por 61 dias ou mais (a multa é somada). A distorção atual é que,
se atrasar o pagamento por um dia, o contribuinte já é punido com multa de
20%.
Outra mudança é a que determina que o IPVA
será devido ao Estado de São Paulo se o proprietário do veículo tiver seu
domicílio fiscal em território paulista.
Nesse caso, o propósito é impedir que alguém
que more no Estado licencie seu veículo em outro para pagar menos IPVA -como
as alíquotas não são uniformes no país, há Estados que cobram menos; mesmo
cobrando menos, saem ganhando, uma vez que recebem o dinheiro mas os
veículos não circulam (ou circulam pouco) pelas suas ruas e estradas.
Da mesma forma, as empresas locadoras que
registrarem seus veículos em São Paulo pagarão metade da alíquota (é comum
empresas registrarem seus veículos em Estados em que as alíquotas são
menores, mas os deixam rodando, na maior parte do tempo, em território
paulista). Além de regularizar a situação dessas empresas, elas pagariam
menos com os veículos destinados a aluguel.
Outra distorção que será corrigida é a que
altera a forma de cálculo do imposto para os veículos com mais de 10 e até
20 anos de fabricação. Hoje, o valor base para cálculo do imposto
corresponde a 90% do valor venal do veículo fabricado no ano imediatamente
posterior.
Pelo projeto, deverá ser divulgada uma tabela
completa, que mostre o real valor de mercado dos veículos com mais de 10 e
até 20 anos de fabricação.
Fonte: Folha de S. Paulo, de
29/11/2008
STJ determina que magistrado se cadastre no Bacen-Jud
A Terceira Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) determinou que um juiz de primeiro grau se cadastre no
Bacen-Jud e reavalie o pedido de penhora on line formulado pelo BRB – Banco
de Brasília – num processo de execução.
O Bacen-Jud é um o sistema pelo qual o juiz,
após prévia obtenção de senha de acesso na internet, pode determinar a
retenção de valores existentes nas contas bancárias dos devedores em
qualquer agência do país. Ele foi implementado em razão de acordos entre os
Tribunais e o Banco Central para promover a celeridade na execução.
De acordo com a lei que criou o Bacen-Jud, Lei
n. 11.382, o juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará ao Banco
Central, preferencialmente por meio eletrônico, informações relativas à
existência de ativos em nome do executado. No mesmo ato, o juiz pode
solicitar a indisponibilidade financeira até o valor indicado na execução.
Segundo a tese adotada pelo juiz de primeiro
grau que foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios (TJDFT), a expressão “preferencialmente” utilizada na lei
indicaria que a utilização de meio eletrônico seria mera faculdade do
julgador. O juiz, caso entendesse conveniente, poderia requisitar
informações por qualquer outro meio.
Para a relatora do processo, ministra Nancy
Andrighi, a preferência a que faz alusão a redação do artigo da lei não deve
ser entendida como sinônimo de predileção, mas sim de precedência, primazia
e prioridade. Assim, o juiz deve optar pelo meio eletrônico sempre que ele
estiver disponível.
A ministra destacou que, no último dia 7 de
outubro, o Conselho Nacional de Justiça aprovou a resolução n. 61/2008, que
obriga a se cadastrar no Bacen-Jud todos os magistrados brasileiros cuja
atividade jurisdicional envolva a consulta de recursos financeiros.
Fonte: site do STJ, de
28/11/2008
Licitação é obrigatória em contrato de prorrogação
Bancos não podem prorrogar, por termo aditivo,
a exclusividade para gerir as contas do governo. Para a prorrogação, é
necessário que seja feito uma nova licitação. O entendimento unânime é da 1ª
Turma do Superior Tribunal de Justiça. Os ministros analisaram o pedido do
Itaú para prorrogar a exclusividade em relação às contas do governo do
Paraná por esse caminho. Eles entenderam que o aditivo representa um
contrato novo.
Em 2000, foi feito um leilão público e o Itaú
comprou o Banestado e passou a ter o controle das contas. O Banestado tinha,
na época, um contrato de cinco anos com o estado para esse fim. Antes de
expirar o prazo do contrato inicial, em 17 de junho de 2002, ele foi
prorrogado mais cinco anos, ou seja, até 26 de outubro de 2010.
Em 2005, o governador do Paraná, pelo Decreto
nº 5.434/05, anulou o termo aditivo que fixava em mais cinco anos a
prestação de serviço mediante condições não previstas no contrato original
assinado. O decreto possibilitou uma nova licitação, que teve como vitorioso
o Banco do Brasil.
O Itaú foi, então, à Justiça. Questionou a
legalidade do Decreto estadual nº 3.484/2005, que autorizou a nova
licitação. Ao apreciar o Mandado de Segurança, o Tribunal de Justiça do
Paraná negou o pedido do Itaú. A segunda instância decidiu pela legalidade
do decreto e considerou que o edital da licitação não mencionou a
possibilidade de prorrogação do contrato administrativo, mas apenas de
renovação contratual, que é outro instituto jurídico.
O Itaú requereu ao STJ a concessão de liminar
para suspender o Decreto nº 3.484/2005 e os efeitos do processo
administrativo. No mérito, pediu a declaração definitiva da nulidade do
decreto. O banco afirmou que a rescisão do contrato não se justifica somente
pela reavaliação política, implicando a violação de ato jurídico perfeito e
direito adquirido.
Para o ministro Teori Zavascki, o termo
aditivo constituiria um novo contrato, não apenas sua simples prorrogação. O
aditivo representou um novo contrato com base em condições inéditas e já não
guardava nenhuma relação de dependência com o processo licitatório original,
segundo ele. O ministro ressaltou, ainda, que a prorrogação não se vincula à
importância do serviço, mas à prévia existência de recursos orçamentários
para seu futuro custeio. Já no processo administrativo, não há como acolher
a tese da nulidade contratual.
O ministro Teori Zavascki entendeu que, por se
tratar de novo contrato, sua celebração dependia de prévio processo
licitatório no qual seria possível avaliar se a exclusividade na manutenção
de suas contas foi ou não mais vantajoso ao interesse público. Com base no
voto do relator, a Turma, por unanimidade, manteve a anulação do termo
aditivo assinado entre o banco e o estado do Paraná.
Fonte: Conjur, de 28/11/2008
OAB paulista adverte sobre mudanças no Tribunal de Impostos e Taxas
O presidente da secional paulista da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D´Urso, reuniu-se na
última quarta-feira (26/11) com o secretário de Justiça e Cidadania, Luiz
Antonio Guimarães Marrey. O representante da advocacia manifestou
preocupação com o Projeto de Lei 692/08, de autoria de Executivo, que
objetiva mudanças no TIT (Tribunal de Impostos e Taxas). O texto, que
revogará totalmente a Lei 10.941/2001, já foi remetido à Assembléia
Legislativa de São Paulo.
D´Urso considera o projeto ousado e manifestou
que não há em outros estados do país um nível de informatização do processo
administrativo como o pretendido pelo governo. “Apoiamos todas as
iniciativas tecnológicas para modernizar o processo desde que não suprimam
direito de defesa do contribuinte. Temos uma preocupação nesse sentido, pois
alguns pontos tocam nesse direito”, afirmou.
Já o presidente da Comissão de Assuntos
Tributários da OAB-SP, Walter Cardoso Henrique, considerou que a existência
de um órgão de julgamento administrativo no âmbito da Secretaria da Fazenda
do Estado de São Paulo também atende preceitos da Constituição Federal, que
asseguram a todos os administrados o direito a um devido processo legal. “Os
autos de infração podem ser contestados dentro da própria Secretaria de
Fazenda e, em grau de recurso, ter a questão apreciada por um órgão
paritário, composto por representantes da Fazenda e dos Contribuintes. Com o
novo projeto, essa garantia constitucional fica comprometida”, alertou.
Fonte: Última Instância, de
28/11/2008
Justiça de SP pode reduzir 100 mil dos milhões de processos
Começa na segunda-feira (1º/12), a Semana
Nacional de Conciliação, que vai até o dia 5. O mutirão é promovido
anualmente pelo Conselho Nacional de Justiça em todos os estados
brasileiros. Em SP, a abertura será no salão nobre do estádio do Pacaembu.
Esse é o terceiro ano consecutivo que o CNJ
promove o mutirão, mas esta será a primeira vez que o movimento fará
audiências envolvendo ações da Previdência Social, identificado como um dos
segmentos de gargalos na Justiça.
A expectativa é que, neste ano, o número de
acordos cresça em relação aos anos anteriores. Em 2006 foram agendadas 84
mil audiências e garantidos 46 mil acordos. Em 2007, o número de audiências
aumentou para 227.mil, resultando em 96 mil acordos.
Em São Paulo, a estimativa é que sejam feitas
aproximadamente 21 mil audiências de conciliação, das quais 15 mil
processuais e 6 mil pré-processuais. As audiências processuais serão feitas
pelos juízes em suas respectivas varas, ou por conciliadores voluntários.
Mais de 120 juízes participarão da conciliação que irá analisar ações das
principais empresas de telefonia, instituições bancárias e financeiras,
concessionárias de serviços públicos e instituições de ensino, além de
empresas públicas do setor habitacional, que vão negociar as dívidas da casa
própria.
Família
A área de família também participará, com 500
casos indicados pela Defensoria Pública do estado (sendo 150 na fase
pré-processual), referentes a ações de alimentos, divórcio, separação
judicial, regulamentação de visitas e guarda. Essas audiências serão feitas
no Fórum João Mendes.
Durante o movimento, o setor de Conciliação de
2º Grau do Tribunal de Justiça de São Paulo fará 300 audiências
conciliatórias, com a participação de 56 conciliadores, entre juízes e
membros do Ministério Público aposentados, além de advogados com mais de 20
anos de atuação, que integram o cadastro de conciliadores do TJ paulista.
Minas Gerais
No estado, participam 160 comarcas que
agendaram 14.450 audiências nos Juizados Especiais e 8.436 na Justiça Comum.
Participam do mutirão as Centrais de Conciliação e o Magistrado Conciliador,
ambos voltados para a busca de acordo em processos já iniciados na Justiça
Comum, bem como os Juizados Especiais e a Conciliação de Precatórios.
Somente em Belo Horizonte, 59 postos do Juizado de Conciliação participam da
semana.
Rio de Janeiro
Serão antecipadas mais de duas mil audiências
que só se realizariam em meados de 2009. A meta é superar os índices de
acordos alcançados em 2006 e 2007, de 61% e 68%, respectivamente. O mutirão
contará com a participação de 200 juízes togados, leigos e conciliadores no
Foro Central do Rio, sem contar com as audiências de conciliação nos
juizados de todo o estado.
A novidade deste ano será a realização de 900
audiências nos ônibus da Justiça Itinerante, que ficarão estacionados em
frente ao Foro Central, equipados com três salas, computadores, impressoras
e toda infra-estrutura necessária. O Tribunal de Justiça prevê resolver pelo
menos 70% dos casos. A marca nacional do ano passado foi de 42,4%, segundo o
CNJ.
Espírito Santo
No Espírito Santo haverá conciliação em todas
as comarcas do estado, e também, pela primeira vez, no Tribunal de Justiça.
Serão submetidas às audiências conciliatórias no Tribunal, as ações
selecionadas que admitam possibilidade de acordo entre as partes.
Paraná
No Paraná, o Tribunal Regional do Trabalho da
9ª Região e o Tribunal de Justiça estadual vão se unir em campanha, para
incentivar acordos nos processos em andamento. Lá estão programadas mais de
4 mil audiências. No ano passado, foram feitas cerca de 4 mil audiências,
com um percentual de 47% de êxito.
Santa Catarina
A expectativa em Santa Catarina é conseguir
suplantar o índice de conciliação obtido no ano passado, durante a segunda
edição do evento, que atingiu 43% no geral. Nas audiências envolvendo
processos criminais o índice passou de 45%. Nas audiências em processos
cíveis, este número ficou em 40%.
Rio Grande do Sul
A Justiça trabalhista fará a abertura do
mutirão em Estância Velha, município gaúcho campeão em acordos trabalhistas
no evento do ano passado. Foram 1.987 acordos e 2.709 ações recebidas.
Durante toda a próxima semana, todas as 115 Varas do Trabalho do estado, vão
participar do mutirão.
Ceará
No Ceará, os juízes das 30 Varas Cíveis, 18
Varas de Família, cinco Varas de Sucessões, 20 unidades dos Juizados
Especiais marcaram, cada um, uma média diária de 72 audiências. A meta é
garantir três acordos a cada 20 minutos, com a previsão de fechar a semana
com 19.420 sessões conciliatórias.
Pernambuco
O Tribunal de Justiça de Pernambuco pretende
alcançar a marca de 10 mil audiências. Se conseguir, garante um aumento de
400% em relação a 2007. A maior parte dos processos diz respeito a relações
de consumo. Estão sendo mobilizados os juizados especiais e varas da Justiça
Comum de todo o Estado, mobilizando cerca de 350 juízes.
Maranhão
A Justiça do Trabalho agendou mais de 3.800
audiências nas 21 Varas Trabalhistas, no Tribunal Regional do Trabalho e nos
juízos auxiliares de Execução e de Precatórios. No ano passado, durante
cinco dias de atividades, os acordos homologados resultaram em R$ 8 milhões
e 4.301 audiências foram realizadas.
Rio Grande do Norte
No Rio Grande do Norte mais de 4 mil
audiências foram agendadas, com a participação de 47 unidades dos Juizados
Especiais e diversas Varas da Justiça comum da capital e do interior, a
exemplo das varas Cíveis, Fazenda Pública e Família. As audiências ocorrerão
durante todo o dia nas unidades dos Juizados e fóruns da capital e interior.
Piauí
No Piauí, o Tribunal Regional do Trabalho da
22ª Região colocou um telefone à disposição da população para dar
informações e tirar dúvidas sobre o movimento. O evento mobilizará o
tribunal, as quatro varas do trabalho de Teresina e as outras sete do
interior, nas cidades de Parnaíba, Piripiri, Floriano, Oeiras, Picos, São
Raimundo Nonato e Corrente. A estimativa do TRT do Piauí é que cerca de 4
mil processos sejam colocados em pauta de conciliação.
Alagoas
O Tribunal de Justiça de Alagoas quer
solucionar mais de 1, 5 mil processos. Em Maceió, estima-se que mais de 1
mil processos serão apreciados apenas na sexta, dia em que se encerra o
evento.
Paraíba
Na Paraíba, o Tribunal Regional do Trabalho (
13ª Região) quer resolver 2.800 audiências em João Pessoa e em Campina
Grande. Para as varas com mais de mil processos no setor de execução, a
orientação é que sejam incluídos, pelo menos, 200 processos para o período.
João Pessoa tem nove varas do trabalho enquanto Campina Grande tem cinco.
Com as demais varas trabalhistas do Estado, a expectativa é que, no final, o
número de audiências ultrapasse 3 mil.
Pará
A Justiça do Pará já selecionou 14 mil casos
tanto cíveis quanto criminais. Haverá audiências em todo o estado. Mais de
200 juízes atuarão na campanha.
Amazonas
A meta do Tribunal de Justiça é superar os
3.200 acordos obtidos no movimento do ano passado. A programação no estado
terá a participação da Defensoria Pública, Procuradoria de Justiça do Estado
e do Município, 53 juízes, nove varas de Famílias, todos os Juizados
Especiais e Varas Cíveis, além das Varas do Interior do estado.
Acre
A expectativa é conseguir passar o índice de
conciliação obtido no ano passado, durante a segunda edição do evento, que
atingiu 41% de acordos. A maior parte da movimentação ocorreu na área cível,
onde foram feitas 2.094 audiências e obtidos 768 acordos, com um índice de
conciliação em torno de 36%. Na área criminal houve 205 audiências com um
índice de acordos de 72%.
Goiás
Os destaques são as comarcas de Ipameri e
Campos Belos. Na primeira estão previstas 788 audiências do Juizado Especial
Cível e 55 da Vara de Família. Além disso, serão montadas 13 bancas de
conciliação. Os juízes e servidores trabalharão ininterruptamente das 8h às
18h
Já a comarca de Campos Belos, no nordeste
goiano, tem agendadas 314 audiências, dentro do Projeto Justiça Ativa, que
pretende zerar a pauta de audiências deste ano. Das audiências marcadas, 16
são de processos dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais (instrução e
julgamento), 107 de família, 25 previdenciários, 29 criminais, além de 133
termos circunstanciados de ocorrência (TCO).
Mato Grosso do Sul
O número de audiências agendadas passa de
4.700. As Comarcas do estado ainda finalizam a contagem do número de
audiências e de servidores que estarão atuando. Somente na comarca de Nova
Andradina estão agendadas em torno de 200 audiências.
Distrito Federal
A previsão é de que neste ano sejam feitas
aproximadamente 2,9 mil audiências nos 29 Juizados Especiais Cíveis do
Distrito Federal. Dados de distribuição de ações revelam que em 2007 os
juizados responderam por mais de 40% da demanda de processos distribuídos na
primeira instância. Os Juizados Especiais Cíveis têm competência para
conciliar processo das causas cíveis de menor complexidade, como cobranças e
reparações de danos materiais ou morais, cujo valor seja de no máximo 40
salários mínimos. Para causas de até 20 salários mínimos, é facultativa a
assistência de advogado.
Fonte: Conjur, de 29/11/2008
Ex-procurador do Estado é denunciado
O Ministério Público Estadual aditou denuncia
e incluiu o ex-procurador-geral do Estado da Bahia Raimundo Dias Viana e
outros dois ex-servidores no processo que ficou conhecido como caso Comab.
Eles foram enquadrados nos crimes de lavagem de dinheiro, formação de
quadrilha e falsidade ideológica. Os envolvidos promoveram, em 2003, a
transferência irregular do controle societário do Consórcio Marítimo da
Bahia (Comab), responsável por serviços de transporte hidroviário.
Fonte: Estado de S. Paulo, de
30/11/2008
Projeto que livra advogados do rodízio vai ser apreciado pela Câmara de SP
Um novo direito que pode vir a ser concedido
aos advogados paulistanos vai ser analisado pela Câmara de Vereadores de São
Paulo. A Casa deve apreciar, nesta segunda-feira (1º/12), um projeto de lei
que pretende liberar os advogados do cumprimento do rodízio municipal de
veículos.
A medida é de autoria do vereador Edivaldo
Estima (PPS) e já foi aprovada em primeira discussão em dezembro de 2007.
Segundo a assessoria da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), o privilégio vale para profissionais que moram na
capital e usam o veículo a trabalho.
Atualmente, os médicos já desfrutam do
benefício, graças a uma lei de 1998.
Fonte: Última Instância, de
30/11/2008
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